Já falamos em outro artigo sobre o que é a Doença de Huntington. Agora, neste post, vamos explicar sobre seu diagnóstico, tratamento e, principalmente, como melhorar a qualidade de vida desses pacientes. Acompanhe para saber mais.
Principais Tópicos Deste Artigo
Diagnóstico da doença de Huntington
Um diagnóstico preliminar da doença de Huntington é baseado principalmente na sua história clínica (anamnese), um exame físico geral, uma revisão do histórico médico da família e exames neurológicos e psiquiátricos.
Exame neurológico
O neurologista fará perguntas e avaliará os sintomas:
- Motores, como reflexos, força muscular e equilíbrio
- Sensoriais, incluindo sensação de toque, visão e audição
- Psiquiátricos, como humor e estado mental
Testes neuropsicológicos
O neurologista ou neuropsicólogo também pode executar testes para verificar:
- Memória
- Raciocínio
- Agilidade mental
- Habilidades de linguagem
- Raciocínio espacial
Avaliação psiquiátrica
A abordagem multidisciplinar é fundamental para garantir a qualidade de vida. Por isso, o paciente poderá ser encaminhado a um psiquiatra sempre que seu médico julgar necessário.
Tratamento da Doença de Huntington
Nenhum tratamento pode alterar completamente o curso da doença de Huntington até o momento. Entretanto, os medicamentos podem diminuir alguns sintomas permitindo melhorar a qualidade de vida do paciente.
Os medicamentos provavelmente evoluirão ao longo da doença, dependendo dos objetivos gerais do tratamento. Além disso, medicamentos que tratam alguns sintomas podem resultar em efeitos colaterais que pioram outros sintomas. As metas de tratamento serão revisadas e atualizadas regularmente pelo neurologista.
Psicoterapia
Um psicoterapeuta pode ajudar com problemas comportamentais, desenvolver estratégias de enfrentamento, gerenciar expectativas durante a progressão da doença e facilitar a comunicação eficaz entre os membros da família.
Terapia de fala
A doença de Huntington pode prejudicar significativamente o controle dos músculos da boca e da garganta, essenciais para a fala, alimentação e deglutição. Um fonoaudiólogo pode ajudar a melhorar sua capacidade de falar. Esse especialista também podem abordar dificuldades com os músculos usados para comer e engolir.
Fisioterapia
A fisioterapia pode ensinar exercícios apropriados e seguros que aumentam a força, flexibilidade, equilíbrio e coordenação. Esses exercícios podem ajudar a manter a mobilidade o maior tempo possível e reduzir o risco de quedas.
Instruções sobre a postura apropriada e o uso de suportes para melhorar a postura podem ajudar a diminuir a gravidade de alguns problemas de movimento.
Quando o uso de um andador ou cadeira de rodas é necessário, o fisioterapeuta pode fornecer instruções sobre o uso apropriado do dispositivo e da postura. Além disso, os regimes de exercícios podem ser adaptados para se adequarem ao novo nível de mobilidade.
Terapia ocupacional
Um terapeuta ocupacional pode ajudar a pessoa com doença de Huntington, familiares e cuidadores no uso de dispositivos auxiliares que melhoram as habilidades funcionais. Essas estratégias podem incluir:
- Corrimãos em casa
- Dispositivos auxiliares para atividades como tomar banho e se vestir
- Utensílios para comer e beber adaptados a pessoas com habilidades motoras finas limitadas
Estilo de vida na doença de Huntington
O controle da doença de Huntington é exigente para a pessoa com o distúrbio, membros da família e outros cuidadores domésticos. À medida que a doença progride, a pessoa se torna mais dependente dos cuidadores. Uma série de questões precisará ser abordada e as estratégias para lidar com elas evoluirão.
Alimentação e nutrição
Fatores relacionados à alimentação e nutrição incluem o seguinte:
- Dificuldade em manter um peso corporal saudável
- Dificuldade em mastigar, engolir e habilidades motoras finas
Por isso, eventualmente, uma pessoa com doença de Huntington precisará de assistência para comer e beber.
Gerenciamento de distúrbios cognitivos e psiquiátricos
Família e cuidadores podem ajudar a criar um ambiente que ajude a evitar fatores estressores e gerenciar desafios cognitivos e comportamentais. Essas estratégias incluem:
- Usar calendários e agendas para ajudar a manter uma rotina regular
- Prover lembretes ou assistência
- Priorizar ou organizar trabalhos ou atividades
- Dividir tarefas em etapas gerenciáveis
- Criar um ambiente o mais calmo, simples e estruturado possível
- Identificar e evitar estressores que podem desencadear comportamento explosivo, irritabilidade, depressão ou outros problemas
- Para crianças ou adolescentes em idade escolar, consultar os funcionários da escola para desenvolver um plano educacional individual adequado
- Proporcionar oportunidades para que a pessoa mantenha interações e amizades sociais o máximo possível
Qualidade de vida na doença de Huntington
Esse é o foco do tratamento e acompanhamento do portador de Huntington. O neurologista, junto a uma equipe multidiciplinar precisa buscar formas de dar todo apoio e suporte que o paciente e a família precisam. Não temos uma cura, mas podemos aliviar o sofrimento.
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Dr. Matheus Trilico é neurologista referência no diagnóstico e acompanhamento de TEA e TDAH em adultos. Formado em medicina pela Faculdade Estadual de Medicina de Marília (FAMEMA) e com residência em Neurologia pelo Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná (HC-UFPR) e mestre também pela UFPR. Além de atuar como neurologista em consultório privado e no Sistema Único de Saúde (SUS), realiza também atividades acadêmicas. Dr. Matheus Trilico acredita que o ser humano precisa conhecer bem sua saúde e, por isso, transmite as informações sobre o quadro clínico de forma clara e didática, reafirmando seu compromisso com a exímia relação médico-paciente. Amante da tecnologia, busca utilizá-la para agregar conhecimento e facilitar a vida dos pacientes, mas sem perder seu foco: o humanismo e a qualidade do atendimento médico.
CRM 35.805/PR – RQE 24.818