A dor neuropática é um sintoma muito comum que pode estar relacionado a diversas doenças neurológicas – ou não. Para compreendê-la, você deve ter em mente o mecanismo de geração da dor.
Em situações normais, ela ocorre quando algum evento interno ou externo estimula os receptores dos neurônios que estão localizados em todo nosso corpo. Através dos nervos, esse sinal é transmitido até o cérebro, que provoca a sensação de dor.
Desse modo, quando estamos saudáveis, raramente sentimos dor, a não ser que haja um estímulo nesses receptores. No entanto, algumas doenças e acidentes causam lesões nos nervos. Como consequência, eles podem enviar mensagens de dor ao cérebro sem que haja nenhuma provocação.
Por esse motivo, a dor é chamada de neuropática, pois sua origem é uma disfunção dos nervos, da medula espinhal ou do cérebro, manifestando-se com vários sintomas, sendo os mais comuns a dor contínua em queimação, a dor em choque e a alodínea mecânica. Quer entender melhor? Então continue lendo!
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Quais são as características da dor neuropática?
A dor neuropática apresenta diversas variações, por isso, o diagnóstico pode ser difícil. Frequentemente, é preciso se consultar com um especialista para um diagnóstico e um tratamento mais precisos. Nesse caso, são os neurologistas, médicos especialistas no sistema nervoso, os mais experientes e indicados.
Para isso, o neurologista vai conduzir um processo chamado de “avaliação neurológica”. Por meio de uma entrevista direcionada, ele vai questionar todos os aspectos da sua dor, como:
- frequência e duração dos episódios — há dores neuropáticas contínuas, em que o paciente não tem quase nenhum período de alívio. Também há pessoas que apresentam episódios esporádicos, mas a tendência é que eles fiquem cada vez mais próximos se a causa não for tratada;
- intensidade e qualidade — ela pode começar de leve a forte intensidade em pontada, queimação, agulhada, choque, entre outras características;
- sintomas associados — além da dor, são frequentes outros sinais de disfunção neurológica, como formigamento e adormecimento;
- fatores de melhora e piora.
Como é feito o diagnóstico da dor neuropática?
Quando o neurologista tiver analisado a sua dor detalhadamente, ele passará a uma investigação dos seus hábitos de vida, doenças crônicas associadas, ocupação, histórico de doenças na família, entre outros. Então, será realizado o exame neurológico, em que ele testa todos os nervos, sentidos e movimentos do seu corpo.
As dores neuropáticas geralmente estão associadas a estas condições:
- doenças infecciosas em que também aparecem outros sinais, como dor, falta de apetite, edema local;
- doenças crônicas, como a diabetes mellitus. Ela é uma das principais causas de dor neuropática na população brasileira;
- traumas, pois algumas lesões podem causar disfunções temporárias e permanentes nos nervos;
- condições ocupacionais, devido à falta de ergonomia no trabalho.
Quais são os tipos de dor neuropática e como é feito o tratamento?
É importante caracterizar o tipo de dor neuropática. A mononeuropatia atinge o trajeto de um único nervo, o que pode afetar uma região pequena, como a mão ou todo um segmento (braços e pernas). Nesses casos, geralmente ela está associada a lesões devido a traumas, lesões físicas, compressões ou infecções locais.
Já a polineuropatia está associada a condições que atingem todo o organismo, de forma sistêmica. As causas mais comuns são a diabetes mellitus e as doenças autoimunes, como a esclerose múltipla.
O tratamento varia conforme a condição que causa a dor neuropática, mas deve ser conduzido preferencialmente por um especialista, como o neurologista.
Para fazer o diagnóstico correto da dor neuropática, não deixe de procurar um médico neurologista experiente. Ele vai fazer uma avaliação completa da sua saúde com atenção especial ao sistema nervoso. Depois disso, conduzirá exames para chegar ao diagnóstico mais preciso.
Dr. Matheus Trilico é neurologista referência no diagnóstico e acompanhamento de TEA e TDAH em adultos. Formado em medicina pela Faculdade Estadual de Medicina de Marília (FAMEMA) e com residência em Neurologia pelo Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná (HC-UFPR) e mestre também pela UFPR. Além de atuar como neurologista em consultório privado e no Sistema Único de Saúde (SUS), realiza também atividades acadêmicas. Dr. Matheus Trilico acredita que o ser humano precisa conhecer bem sua saúde e, por isso, transmite as informações sobre o quadro clínico de forma clara e didática, reafirmando seu compromisso com a exímia relação médico-paciente. Amante da tecnologia, busca utilizá-la para agregar conhecimento e facilitar a vida dos pacientes, mas sem perder seu foco: o humanismo e a qualidade do atendimento médico.
CRM 35.805/PR – RQE 24.818