Para entender o tratamento da doença de Parkinson, primeiro é preciso compreender que ela é uma doença neurodegenerativa na qual ocorre a degradação gradual das células neuronais, diminuindo a produção de dopamina (um neurotransmissor responsável por controlar o movimento muscular) e, em alguns casos, de noradrenalina (associada à frequência cardíaca e pressão arterial).
Dessa forma, a patologia afeta o paciente de forma progressiva, tornando sintomas como tremores involuntários, rigidez muscular e alterações na marcha cada vez mais intensos.
Prevalente na população idosa, a Doença de Parkinson atinge mais de 10 milhões de pessoas no mundo e ainda não tem cura. No entanto, existem diversas opções de tratamento que podem ajudar a minimizar os sintomas e retardar o seu avanço, garantindo independência e qualidade de vida por mais tempo.
Para alcançar esses resultados, é fundamental procurar um médico neurologista o quanto antes e seguir as suas orientações. Pensando nisso, no artigo de hoje, vamos explicar melhor para você a importância de manter sempre em dia o tratamento da doença de Parkinson. Acompanhe!
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Como a Doença de Parkinson evolui?
Antes de explicar os riscos de atrasar o tratamento, vamos entender como a Doença de Parkinson progride. Podemos separar a sua linha do tempo em 3 fases — inicial, intermediária e final —, de acordo com intensidade dos sintomas.
Na fase inicial, em que idealmente é feito o diagnóstico da doença, os sintomas se manifestam de forma leve e moderada. Nesse período, o paciente é totalmente independente e responde bem ao tratamento.
Na fase intermediária, os sintomas se tornam mais frequente e o paciente começa a sentir dificuldades para realizar as tarefas do dia a dia, como caminhar. No entanto, as manifestações ainda são abrandadas pelo tratamento e ele consegue fazer as suas atividades com autonomia.
Já na fase final, os sintomas se intensificam e a resposta ao tratamento já não é eficiente — podendo, inclusive, causar efeitos colaterais. Nessa etapa, o paciente poderá apresentar:
- rigidez avançada, que pode atrapalhar a postura e até mesmo impedir de caminhar;
- tremor intenso;
- constipação;
- dificuldade para mastigar e engolir;
- alterações na fala;
- insônia;
- perda de memória;
- quadros de demência;
- ansiedade e depressão.
Quais são os perigos de atrasar o tratamento da doença de Parkinson?
Como falamos anteriormente, embora a doença não tenha cura, é possível aliviar os sintomas e atrasar a sua progressão, mantendo-a nos estágios iniciais o máximo de tempo possível. Abaixo, entenda quais são os riscos de negligenciar o tratamento.
Progressão mais rápida da doença
Não sabemos exatamente o que causa a degradação das células neuronais, embora existam alguns grupos de risco ou situações ao longo da vida que podem contribuir para a aparição da doença.
No entanto, sabemos que o tratamento da doença de Parkinson desacelera essa degradação. Por isso, fazê-lo de forma consistente, sempre em dia e seguindo todas as recomendações médicas, faz toda diferença.
Sintomas mais acentuados
O tratamento, seja medicamentoso ou cirúrgico, como veremos mais adiante, ajuda a minimizar os sintomas da doença. Por isso, esquecer ou negligenciá-lo, além de contribuir para o avanço da patologia, faz com que essas manifestações se tornem mais intensas no dia a dia.
Você pode pensar nesse aspecto como a adoção de uma vida saudável em pacientes jovens: no futuro, esses hábitos tendem a aumentar a expectativa de vida e prevenir doenças, mas os efeitos no presente, como mais disposição, bem estar e qualidade de vida, também podem ser notados.
Além disso, a intensificação dos sintomas pode aumentar o risco de sofrer um acidente. Como vimos, o aumento da rigidez muscular e a perda do movimento motor são sintomas recorrentes e, quando há atrasos no tratamento, essas manifestações podem se intensificar e resultar em quedas.
Negligenciar o tratamento pode gerar desânimo, uma vez que o paciente não percebe resultados significativos no retardo do problema. Além disso, pode aumentar sintomas como ansiedade e depressão.
Quais são as opções de tratamento hoje em dia?
Atualmente, existem ações que podem melhorar e estender a qualidade de vida do paciente parkinsoniano. Confira abaixo!
Tratamento medicamentoso
Em geral, consiste na ingestão de fármacos com o intuito de normalizar a quantidade de dopamina ou de outras substâncias químicas no cérebro, compensando a deficiência causada pela degradação neuronal.
Além disso, o tratamento medicamentoso da doença de Parkinson também pode ser administrado com o objetivo de reduzir os sintomas. Os anticolinérgicos, por exemplo, melhoram a flexibilidade do músculo, embora, em contrapartida, apresentem alguns efeitos colaterais indesejados e sejam usados no estágio final da doença.
Estimulação Cerebral Profunda
A Estimulação Cerebral Profunda (DBS, do inglês) é uma intervenção cirúrgica geralmente utilizada no estágio final, quando o paciente já não responde bem ao tratamento medicamentoso. Ela atua melhorando o controle do movimento motor, adicionando eletrodos no cérebro que ajudam a modular os impulsos elétricos.
Treinamento funcional e alimentação
Estimular o movimento muscular por meio do treinamento funcional aprimora a estabilidade e a flexibilidade dos músculos, além de ajudar a preservar a força. Na prática, melhora os movimentos e a marcha, otimiza o sistema cardiovascular e dá mais autonomia para as atividades do dia a dia.
A alimentação saudável também melhora os aspectos da doença de Parkinson. O consumo de alimentos rico em antioxidantes, por exemplo, ajuda a proteger a morte das células, atrasando a degradação neuronal.
Uma atitude fundamental para garantir uma boa resposta ao tratamento é iniciá-lo o mais rápido possível. Portanto, aos primeiros sinais da doença, procure um médico neurologista de confiança.
Por que é tão importante procurar um médico neurologista?
As manifestações dessa enfermidade acontecem de forma distinta para cada paciente. Por isso, é necessário realizar o tratamento da doença de Parkinson com o acompanhamento profissional. Apenas um médico neurologista poderá, por exemplo, indicar uma combinação medicamentosa adequada, otimizando sua eficiência e minimizando os efeitos colaterais.
Assim, caso você apresente sintomas da doença de Parkinson, ou conheça alguém que está nessa situação, busque ajuda médica o mais rápido possível. Com um diagnóstico precoce e o tratamento adequado, é possível conviver com a patologia e ter qualidade de vida por muito tempo.
O Dr. Matheus Trilico é médico neurologista e trabalha unindo a medicina, a tecnologia e o tratamento individualizado, com o intuito de oferecer um atendimento humanitário e eficaz em todas as esferas.
Como vimos, para obter resultados, é fundamental fazer o tratamento da doença de Parkinson em dia, sem atrasos. Só assim é possível minimizar os sintomas e retardar o progresso da patologia, garantindo qualidade de vida e independência pelo máximo de tempo possível.
Além disso, um bom médico neurologista é um agente fundamental nesse processo e um tratamento humanizado pode fazer toda diferença.
Ficou com alguma dúvida sobre a doença de Parkinson? Quer saber mais sobre seu tratamento? Então, entre em contato agora mesmo!
Dr. Matheus Trilico é neurologista referência no diagnóstico e acompanhamento de TEA e TDAH em adultos. Formado em medicina pela Faculdade Estadual de Medicina de Marília (FAMEMA) e com residência em Neurologia pelo Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná (HC-UFPR) e mestre também pela UFPR. Além de atuar como neurologista em consultório privado e no Sistema Único de Saúde (SUS), realiza também atividades acadêmicas. Dr. Matheus Trilico acredita que o ser humano precisa conhecer bem sua saúde e, por isso, transmite as informações sobre o quadro clínico de forma clara e didática, reafirmando seu compromisso com a exímia relação médico-paciente. Amante da tecnologia, busca utilizá-la para agregar conhecimento e facilitar a vida dos pacientes, mas sem perder seu foco: o humanismo e a qualidade do atendimento médico.
CRM 35.805/PR – RQE 24.818