O tremor é um movimento muscular involuntário e ritmado que acontece em uma ou mais partes do corpo. Embora seja frequentemente associada ao mal de Parkinson, a contração muscular involuntária pode ter diversas outras causas que não estão, necessariamente, associadas a doenças.
No conteúdo de hoje vamos explicar o que é o tremor muscular e quais são suas principais causas. Continue lendo!
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Qual a diferença entre tremor essencial e Parkinson?
O tremor essencial é o tipo de transtorno de movimento mais comum. Embora possa atingir indivíduos de qualquer idade, é mais recorrente em pessoas acima de 40 anos e tende a evoluir com o tempo — por isso, é popularmente chamado de tremor senil.
O transtorno afeta, principalmente, mãos e braços, mas também pode atingir a cabeça e as cordas vocais, alterando a fala. Suas causas ainda não foram esclarecidas, mas acredita-se que pode estar associado a um fator genético. Caso um dos pais tenha o distúrbio, o indivíduo tem 50 de chances de ter também.
O tremor essencial não oferece risco à saúde, mas é progressivo e, em casos graves, pode dificultar a rotina do indivíduo, incapacitando-o, por exemplo, de comer, escrever ou até mesmo falar.
Já a doença de Parkinson é neurodegenerativa. Ela acontece quando as células das áreas do cérebro associadas aos movimentos começam a se deteriorar, diminuindo a produção de dopamina e, em alguns casos, a produção de noradrenalina, associada à pressão arterial e frequência cardíaca. Ela também tende a evoluir com o tempo e o grupo mais comumente afetado é o de pessoas acima de 60 anos.
No mal de Parkinson, os tremores são os sintomas mais destoantes, que costumam levar o paciente a uma avaliação médica, mas também existem outros sintomas associados, como problemas de equilíbrio, má postura, lentidão nos movimentos, rigidez no corpo, dores musculares e demência.
Desse modo, em relação às diferenças entre o tremor essencial e a doença de Parkinson, podemos destacar:
- o tremor muscular é um sintoma do mal de Parkinson, que também está associado a outros problemas de saúde, enquanto o tremor essencial não está associado a doenças subjacentes;
- na doença de Parkinson, os movimentos involuntários acontecem mesmo em situações de repouso, enquanto no tremor essencial o tremor geralmente acontece apenas durante o movimento;
- no tremor essencial, os tremores podem aumentar com o tempo, mas não diminuem a vida útil do paciente, ao contrário da doença de Parkinson.
Além do tremor essencial, existem mais de 20 outros tipos de tremores, categorizados de acordo com a sua origem. O tremor fisiológico, por exemplo, é natural, acontece em situações de estresse e tende a cessar quando a causa é corrigida.
Quais são as causas mais comuns do tremor muscular?
Estresse
É comum que o indivíduo apresente tremor muscular em quadros de estresse ou ansiedade. Nessas situações, há a liberação excessiva de adrenalina e cortisol, que pode ocasionar contração e tensão muscular. Privação de sono, ingestão de cafeína ou de determinados fármacos também podem contribuir para esse quadro.
Sobrecarga muscular
O tremor muscular associado à sobrecarga acontece quando há uma irregularidade na contração muscular, devido a um esforço excessivo ao qual o corpo foi submetido. É uma espécie de resposta do corpo e tende a cessar quando o músculo relaxa.
Doenças neurológicas
Por fim, como citado anteriormente, doenças neurológicas podem causar tremor muscular. Além das doenças neurodegenerativas, como a doença de Parkinson, podemos citar:
- derrame cerebral;
- traumatismo craniano;
- esclerose múltipla.
Por que consultar um profissional?
É sempre importante procurar atendimento especializado para investigar as causas do tremor muscular. Um diagnóstico rápido e um tratamento adequado são essenciais para a qualidade de vida do paciente. Nesses casos, o neurologista é o profissional mais indicado.
Agora você já sabe que, embora seja popularmente associado à doença de Parkinson, o tremor muscular pode ter diversos outros motivos — nem sempre estando associado a doenças. Além das patologias neurológicas, o estresse e a sobrecarga muscular também são fatores associados aos movimentos involuntários. Você também já sabe que, em caso de qualquer sintoma, consultar um neurologista é sempre o melhor para a saúde!
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Dr. Matheus Trilico é neurologista referência no diagnóstico e acompanhamento de TEA e TDAH em adultos. Formado em medicina pela Faculdade Estadual de Medicina de Marília (FAMEMA) e com residência em Neurologia pelo Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná (HC-UFPR) e mestre também pela UFPR. Além de atuar como neurologista em consultório privado e no Sistema Único de Saúde (SUS), realiza também atividades acadêmicas. Dr. Matheus Trilico acredita que o ser humano precisa conhecer bem sua saúde e, por isso, transmite as informações sobre o quadro clínico de forma clara e didática, reafirmando seu compromisso com a exímia relação médico-paciente. Amante da tecnologia, busca utilizá-la para agregar conhecimento e facilitar a vida dos pacientes, mas sem perder seu foco: o humanismo e a qualidade do atendimento médico.
CRM 35.805/PR – RQE 24.818