No mês de julho comemora-se o dia do chocolate (07/07) – um doce mundialmente querido e delicioso! Muita gente tende a associar a ingestão dele com uma dieta ruim, o que não precisa ser necessariamente verdade. Continue lendo para entender se o chocolate faz bem para a saúde.
Chocolate não é tudo igual – existem vários tipos, com teores de gordura e de cacau variáveis. Ele pode ser contra indicado em alguns casos ou evitados em dietas específicas. Na Neurologia, para pacientes com enxaqueca ele pode ser um gatilho da dor. Mas será que o chocolate é realmente um “vilão”? Alguns grupos de estudiosos pensam diferente!
Principais Tópicos Deste Artigo
Quais os benefícios para a saúde?
Existe uma ilha no Panamá, com uma população de índios Kuna, que apresenta índices de doenças cardíacas, AVC e hipertensão bem inferiores aos da população geral.
Inicialmente, acreditava-se que isso se devia a fatores genéticos, no entanto algumas pessoas dessa tribo migraram para outras partes do Panamá e seus índices dessas doenças subiram! Logo, levantou-se a hipótese do fator protetor ser algo ambiental/alimentar, surgindo a possibilidade de ser o chocolate, pelo seu alto consumo local.
Observou-se também que eles comem mais peixes, mais frutas e até 10 vezes mais cacau que a população geral. Existe, ainda, uma bebida típica da região que mistura açúcar, água e altas concentrações de cacau – e esses índios têm o hábito de consumi-la diariamente. Essa população é fonte de várias das principais pesquisas epidemiológicas sobre chocolate/cacau, muitas delas já publicadas em importantes periódicos.
Chocolate reduz risco de AVC
Em 2012 foi publicado um estudo que analisava o papel do chocolate na prevenção do AVC. Nele, avaliaram-se mais de 37 mil homens, divididos em dois grupos: um que consumia determinada quantidade de chocolate e outro que não consumia nada. Os índices de AVC naqueles que consumiam chocolate foram significativamente menores!
Achado semelhante foi visto em mulheres em outro estudo de 2017 realizado no Japão. A revista científica Nutrition recentemente também publicou uma metanálise de 16 estudos que colocou o chocolate como protetor para AVC.
Por que o chocolate faz bem?
A principal hipótese é que os flavonóides presentes no chocolate tenham esse efeito neuroprotetor. Eles são uma substância encontrada no cacau e também em frutas, vegetais e outras plantas. Entretanto, o grão de cacau é o que contém a maior quantidade proporcional, funcionando com propriedades anti-oxidantes e anti-inflamatórias.
Um outro estudo nos EUA está seguindo mais de 20 mil pessoas para tentar estabelecer melhor os componentes do cacau e seus efeitos no corpo humano (e no cérebro!). Trata-se do Estudo de Resultados de Suplementos e Multivitamínicos de Cacau (COSMOS), com previsão de resultados para 2021.
Vai um chocolate agora?
Chocolate faz bem e os amantes de chocolates podem ficar animados com essas hipóteses, não é mesmo? Cada vez mais o consumo moderado dele tem sido levantado como algo benéfico para o organismo, mas sempre é importante lembrar que seguir uma dieta balanceada e fazer exercícios regularmente ainda são as principais indicações para nossa saúde cerebral e cardiovascular. Portanto, converse com o seu neurologista e compartilhe esse conteúdo nas redes sociais.
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Dr. Matheus Trilico é neurologista referência no diagnóstico e acompanhamento de TEA e TDAH em adultos. Formado em medicina pela Faculdade Estadual de Medicina de Marília (FAMEMA) e com residência em Neurologia pelo Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná (HC-UFPR) e mestre também pela UFPR. Além de atuar como neurologista em consultório privado e no Sistema Único de Saúde (SUS), realiza também atividades acadêmicas. Dr. Matheus Trilico acredita que o ser humano precisa conhecer bem sua saúde e, por isso, transmite as informações sobre o quadro clínico de forma clara e didática, reafirmando seu compromisso com a exímia relação médico-paciente. Amante da tecnologia, busca utilizá-la para agregar conhecimento e facilitar a vida dos pacientes, mas sem perder seu foco: o humanismo e a qualidade do atendimento médico.
CRM 35.805/PR – RQE 24.818