Por mais que o conhecimento médico-científico sobre a causa da condição tenha evoluído bastante, precisamos de bastante cautela em relação à cirurgia para enxaqueca.
Afinal, ainda não há um consenso sobre a segurança e efetividade da cirurgia para enxaqueca, sendo necessário aguardar o resultado de mais estudos até que possamos saber para quais casos ela é indicada.
A ideia por trás da cirurgia é relativamente simples — foram descobertos fatores musculares e vasculares na origem das crises de enxaqueca. Diante da dilatação dos vasos ou contração muscular, há uma pressão sobre os nervos que conduzem o sinal de dor.
Assim, surgem os sintomas tão incômodos para o paciente e a dificuldade de tratar com os medicamentos geralmente utilizados para as dores de cabeça.
Quer entender melhor sobre a cirurgia e o tratamento da enxaqueca de forma geral? Então, não perca o nosso post!
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Como funciona a cirurgia para enxaqueca?
Para compreender melhor o funcionamento da cirurgia, é preciso saber alguns conceitos sobre a origem da enxaqueca:
- os sinais de dor são conduzidos até o cérebro por diversos nervos, que também transmitem informações relacionadas às sensações, aos movimentos, à coordenação do metabolismo, entre outros;
- a cabeça é uma das regiões do corpo com maior quantidade de nervos. Em seu trajeto até o sistema nervoso central, eles se encontram com músculos e vasos sanguíneos;
- essas estruturas podem se expandir e provocar a compressão dos nervos devido a diversos fatores. Isso altera o funcionamento dos neurônios, causando uma dor de difícil controle em alguns casos.
Acredita-se que isso seja uma das principais causas da enxaqueca. A cirurgia interrompe (resseca) o trajeto dos nervos próximos às principais regiões envolvidas nessa condição (frontal, temporal, occipital e rinogênica). Com isso, há uma interrupção da transmissão de sinais, o que prejudica outras funções neurais.
No entanto, também há outros fatores que influenciam e precisam ser mais estudados, como a inflamação e a disfunção neural. Então, a cirurgia pode não ser resolutiva.
O que os neurologistas recomendam em relação a ela?
Há desvantagens consideráveis em relação à cirurgia para enxaqueca porque ele ainda não foi bem estudado. Todas as pesquisas realizadas até o momento contaram com uma pequena quantidade de participantes.
Para que os neurologistas cheguem a alguma conclusão, será preciso mais estudos, analisando o perfil de segurança e o de efetividade. Até que isso aconteça, não é possível determinar exatamente as vantagens e desvantagens do procedimento.
Apesar disso, nos casos em que todos os tratamentos falharem após a adesão correta do paciente, a cirurgia pode representar uma esperança de tratamento.
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Quais são os outros tratamentos para a enxaqueca?
Nos casos em que ainda é possível explorar outras opções de tratamento, a cirurgia está contraindicada pelas associações médicas nacionais e internacionais. Portanto, com auxílio de seu médico, avalie tentativas como:
- medicamentos tradicionais contra a dor de cabeça;
- reguladores da condução neural;
- antidepressivos em baixa dose;
- aplicação de toxina botulínica;
- psicoterapia da dor.
Nem sempre um novo tratamento é a resposta para os problemas do paciente. A partir de uma avaliação neurológica, o neurologista estuda o seu caso e propõe o melhor plano terapêutico para o momento baseado em evidências científicas comprovadas.
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Dr. Matheus Trilico é neurologista referência no diagnóstico e acompanhamento de TEA e TDAH em adultos. Formado em medicina pela Faculdade Estadual de Medicina de Marília (FAMEMA) e com residência em Neurologia pelo Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná (HC-UFPR) e mestre também pela UFPR. Além de atuar como neurologista em consultório privado e no Sistema Único de Saúde (SUS), realiza também atividades acadêmicas. Dr. Matheus Trilico acredita que o ser humano precisa conhecer bem sua saúde e, por isso, transmite as informações sobre o quadro clínico de forma clara e didática, reafirmando seu compromisso com a exímia relação médico-paciente. Amante da tecnologia, busca utilizá-la para agregar conhecimento e facilitar a vida dos pacientes, mas sem perder seu foco: o humanismo e a qualidade do atendimento médico.
CRM 35.805/PR – RQE 24.818