Popularmente conhecida como “dificuldade para engolir”, a disfagia é um distúrbio de deglutição em que o paciente sente dificuldade para ingerir alimentos ou líquidos. Não é propriamente uma doença, mas um sintoma associado à má formação ou a patologias que afetam o funcionamento dos elementos envolvidos no processo de deglutição.
Uma das causas mais comuns da disfagia é o Acidente Vascular Cerebral (AVC). Segundo a Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia, a incidência de quadros de disfagia pós-AVC é de até 67%.
Neste artigo, vamos falar sobre a disfagia pós-AVC, mostrando quando ela pode acontecer e o que fazer caso ela ocorra. Confira!
Principais Tópicos Deste Artigo
Quais são os tipos de disfagias?
A disfagia pode ser separada em dois tipos, de acordo com o lugar em que ocorre: a disfagia orofaríngea, que acontece entre a boca e a garganta, e a disfagia esofágica, em que um bloqueio impede o alimento de chegar ao estômago.
Quando a disfagia pode acontecer em pacientes que tiveram AVC?
A disfagia pós-AVC acontece quando as sequelas do Acidente Vascular Cerebral comprometem a comunicação neuromuscular dos órgãos envolvidos no processo de deglutição.
O distúrbio pode ser transitório e, em geral, é orofaríngeo, decorrente de uma fraqueza que o paciente tem na língua. Sua incidência em pacientes que tiveram AVC pode variar de 48 a 57%.
Quais são os principais sintomas da disfagia pós-AVC?
Além de dificuldade e dor para engolir, os principais sintomas da disfagia pós-AVC incluem:
- tosse;
- engasgos frequentes;
- perda de peso;
- sensação de alimento parado após alimentar-se (normalmente atrás do peito, esterno ou garganta);
- rouquidão ou mudança na voz após a alimentação.
Como prevenir a disfagia pós-AVC?
Algumas dicas para prevenir a disfagia durante a alimentação são:
- garanta um ambiente tranquilo e sem distrações na hora da alimentação;
- ofereça porções pequenas;
- encoste o talher na língua, para estimular o reflexo do paciente na hora da deglutição;
- ofereça alimentos macios. Evite alimentos duros, secos e/ou pesados;
- se for necessário, altere a textura dos alimentos com um espessante alimentar, de acordo com as orientações médicas.
O que fazer em caso de disfagia?
As consequências da disfagia podem ser graves. Além da má nutrição e da desidratação, que acontecem porque, para evitar o desconforto, o paciente passa a se alimentar menos, os riscos de infecções, pneumonias e broncoaspiração são altos, uma vez que os líquidos podem acabar aspirados.
Vale lembrar que a pneumonia e a broncoaspiração são algumas das principais causas de internações e de complicações em pacientes que sofreram AVC. Por isso, caso o paciente apresente sintomas de disfagia, é fundamental buscar ajuda médica e multiprofissional especializadas, principalmente de um fonoaudiólogo.
Neste post, você entendeu o que é disfagia e viu que o AVC é uma das principais causas do distúrbio, incidindo em até 67% dos casos. Também conferiu os principais sintomas, viu dicas para evitar a disfagia pós-AVC na hora da alimentação e entendeu que as consequências do distúrbio podem ser graves e que, por isso, é essencial procurar ajuda médica e fonoaudiológica caso os sintomas apareçam.
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Dr. Matheus Trilico é neurologista referência no diagnóstico e acompanhamento de TEA e TDAH em adultos. Formado em medicina pela Faculdade Estadual de Medicina de Marília (FAMEMA) e com residência em Neurologia pelo Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná (HC-UFPR) e mestre também pela UFPR. Além de atuar como neurologista em consultório privado e trabalhou por anos no Sistema Único de Saúde (SUS), realizando também atividades acadêmicas. Dr. Matheus Trilico acredita que o ser humano precisa conhecer bem sua saúde e, por isso, transmite as informações sobre o quadro clínico de forma clara e didática, reafirmando seu compromisso com a exímia relação médico-paciente. Amante da tecnologia, busca utilizá-la para agregar conhecimento e facilitar a vida dos pacientes, mas sem perder seu foco: o humanismo e a qualidade do atendimento médico.
CRM 35.805/PR – RQE 24.818