Como a leitura faz bem para o cérebro? Melhorar a saúde mental, a concentração e proteger da neurodegeneração são apenas alguns dos benefícios.
“A leitura é para o intelecto o que o exercício é para o corpo” – com
essa frase de Joseph Addisson começamos o tema de hoje: ler faz bem para o cérebro?
É praticamente parte de um senso comum que ler é um bom hábito – por isso devemos cultivá-lo! Mas afinal, isso está certo? Existe uma explicação cientifica que justifique o incentivo da leitura? Ler J K Rowling tem o mesmo efeito que Franz Kafka? Há uma recomendação diária mínima? Muitas dúvidas, não é mesmo? Então que tal ler nosso texto de hoje para se inspirar? Vamos lá!
Como ler faz bem para o cérebro em 3 passos
1. Leitura faz bem para nossa saúde mental
Um estudo realizado na Universidade de Sussex mostrou que ler reduz significativamente nossos níveis de estresse, diminuindo, inclusive, a frequência cardíaca média e a tensão muscular, quando se comparou quem tinha o hábito de ler diariamente com quem não tinha. Por isso, ler antes de dormir é tão relaxante. O benefício foi visto mesmo com a leitura de alguns minutos por dia.
Para muitos, ler é um hobby – e ter um hobby praticado com frequência naturalmente já melhora nossos níveis de estresse. Além disso, a leitura faz bem para o cérebro influenciando na nossa inteligência e criatividade. Enquanto estamos lendo, por exemplo, nosso cérebro se comporta como se estivéssemos vivenciando aqueles momentos – por isso muitos amam os romances românticos e de fantasia, embora qualquer gênero seja saudável.
Em 2018 um estudo ficou famoso por tratar de um efeito pouco comentado da leitura – o aumento da empatia, a capacidade de colocar-se no lugar do outro. A explicação para isso parece ser bem simples: quando estamos lendo, vemos cada situação sob a perspectiva do personagem que está a vivenciá-la e isso nos ajuda a entender seus sentimentos e decisões, mesmo que talvez não fossem os sentimentos e decisões que nós mesmos tomaríamos.
Os italianos extrapolaram e foram além: publicaram o artigo “The greatest magic of H arry P otter: Reducing prejudice“, afirmando que os leitores de Harry Potter têm maior probabilidade de solidarização com minorias socias. Mas como? Provavelmente por terem acompanhado na saga a luta contra o preconceito sofrido por Hermione e outros tantos bruxos nascidos em família “trouxa”. Interessante, não é mesmo?
2. Leitura estimula o cérebro
Inúmeros estudos mostram que ler faz bem para o cérebro estimulando nossas conexões neurais, inclusive com exames de imagem comprovando. A Universidade de Stanford, por exemplo, mostrou isso usando um romance de Jane Austen.
O grupo estudado lia um capítulo dentro de um aparelho de ressonância magnética de duas maneiras diferentes:
1. Primeiro descompromissada, “mais leve”;
2. Depois de maneira mais atenta – vagarosamente, de forma imersiva, como para uma análise crítica.
Durante a leitura, evidenciou-se aumento de fluxo sanguíneo para várias áreas cerebrais associadas a concentração e, no segundo tipo de leitura, houve aumento do fluxo inclusive para áreas menos utilizadas, mostrando que a forma como lemos influencia a estimulação cerebral.
Nas leituras mais profundas há envolvimento das áreas de visão, audição, e fala – o que pode ajudar a se expressar e escrever melhor. A área de Broca nos ajuda a entender ritmo e sintaxe; a área de Wernicke trabalha a percepção das palavras e seus significados; o giro angular atua na linguagem.
Leituras mais leves e descontraídas, no entanto, não deixam de ser benéficas, e podem significar a entrada para o maravilhoso universo dos livros. Entretanto, nosso cérebro tende a esquecer mais rapidamente o que é lido dessa forma.
Criatividade e senso crítico também são benefícios relacionados a leitura. É necessária imaginação para visualizar os personagens, os cenários e tudo que é descrito no livro. Isso nos deixa mais criativos, além de nos fazer refletir sobre ideias e valores apresentados, aumentando nossa bagagem para argumentação.
3. Ler pode proteger contra o desenvolvimento de doenças neurodegenerativas
Um estudo americano comprovou que ler pode ser considerado um fator de proteção para doença de Alzheimer. Ler faz bem para o cérebro e melhora em até 30{f86f5f7a910ca5f7a736c7fbc58669f08696b785632a56ff4296ab7b349050ad} a diminuição de atividade cerebral naturalmente esperada na população idosa.
Poemas, especificamente, parecem ativar de maneira mais importante áreas relacionadas à memória e introspecção. Ler poemas ativa o córtex cingulado posterior e lobos temporais mediais, e está relacionado a fortes emoções. Seja qual for sua motivação, não negligencie sua mente – leia!
Vamos ler?
Não é bem estabelecido qual o tempo que deve ser dedicado à leitura por dia. Entretanto, o mais importante parece ser justamento torná-la um hábito – e isso depende apenas de você!
Para te ajudar e incentivar a população a ler mais, temos um presente! Você pode acessar gratuitamente a 12min, plataforma de leitura e microbooks para smartphones, por 7 dias! Como neurologista, Dr. Matheus Trilico acredita que estimular hábitos saudáveis melhora a qualidade de vida e a eficácia do tratamento.
E aí, qual livro você vai ler hoje? Deixe nos comentários!
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Dr. Matheus Trilico é neurologista referência no diagnóstico e acompanhamento de TEA e TDAH em adultos. Formado em medicina pela Faculdade Estadual de Medicina de Marília (FAMEMA) e com residência em Neurologia pelo Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná (HC-UFPR) e mestre também pela UFPR. Além de atuar como neurologista em consultório privado e no Sistema Único de Saúde (SUS), realiza também atividades acadêmicas. Dr. Matheus Trilico acredita que o ser humano precisa conhecer bem sua saúde e, por isso, transmite as informações sobre o quadro clínico de forma clara e didática, reafirmando seu compromisso com a exímia relação médico-paciente. Amante da tecnologia, busca utilizá-la para agregar conhecimento e facilitar a vida dos pacientes, mas sem perder seu foco: o humanismo e a qualidade do atendimento médico.
CRM 35.805/PR – RQE 24.818
