O que é autismo?

O que é autismo? Entender é o primeiro passo!

Nos últimos anos, o interesse da população geral em entender o que é o Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) tem crescido exponencialmente. Apesar de ser conhecido e pesquisado há décadas, a luta para disseminar sua existência, desmistificá-lo e fomentar o diagnóstico precoce é mais recente. Se você quer entender o que é Autismo, provavelmente é porque conhece alguém dentro do Espectro ou em busca do diagnóstico correto. Então, parabéns, você já deu o primeiro passo desta jornada! Agora, vamos te explicar o que é autismo – continue lendo.

O que é autismo?

Para se tentar compreender uma pessoa autista, primeiro precisamos entender o que é autismo. Trata-se, então, de um complexo transtorno do neurodesenvolvimento, habitualmente reconhecido na infância (mas nem sempre!), e que pode afetar as habilidades sociais, de comunicação, sensoriais, de autorregulação e diversas outras

Esse conjunto de sinais e sintomas forma o “espectro” da condição, acometendo os pacientes de diversas maneiras e em graus variados, podendo ou não ser acompanhado de outras comorbidades como o TDAH, por exemplo. Entretanto, por que TEA? Vamos explicar a seguir.

Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) – um termo recente

O termo “Transtorno do Espectro do Autismo” foi oficialmente usado a partir de 2013, após o lançamento da 5ª versão do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, publicação oficial da American Psychiatric Association, também conhecido como DSM-5. Esse manual uniu quatro diagnósticos sob o código 299.00 de TEA: autismo, Transtorno Desintegrativo da Infância, Transtorno Global do Desenvolvimento Sem Outra Especificação e Síndrome de Asperger.

Para tentar explicar melhor o que é autismo, a Classificação Internacional de Doenças também mudou. Na nova CID-11, o autismo recebe o código 6A02 (anteriormente F84, na CID-10), que foi atualizado em junho de 2018.

Qual a causa do autismo?

Uma das dúvidas mais comuns sobre o autismo é o que causa esse transtorno. Até agora, a ciência sugere que não exista uma causa única, mas sim uma combinação de fatores ambientais e, majoritariamente, genéticos.

Uma extensa base de dados genética sobre o autismo sugere que aproximadamente 1.231 genes possam estar relacionados com a doença. Entretanto, outras situações podem contribuir com o desenvolvimento do Espectro, sendo as mais conhecidas: 

  • Idade avançada dos pais;
  • Complicações gestacionais e perinatais (síndrome metabólica materna, pré-eclâmpsia, hipoglicemia neonatal, prematuridade);
  • Tempo entre as gestações inferior a 1 ano, dentre outras.

Qual a prevalência do autismo?

Esses números estão em constante mudança. Estima-se que 1 em cada 44 crianças possuem o Transtorno do Espectro do Autismo (TEA). Tal prevalência baseia-se em estudos dos Estados Unidos e podem variar para outros locais. No Brasil e em vários países, por exemplo, não há dados concretos sobre a epidemiologia da doença.  

O TEA é, ainda, 4 vezes mais comum em meninos do que em meninas. Também é importante ressaltar que, embora o autismo afete as pessoas independentemente da raça ou etnia, existem disparidades raciais e étnicas relacionadas ao diagnóstico. 

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Quando procuramos informações sobre o autismo em adultos, os dados são mais escassos. Muitas pessoas, hoje adultas, vivem suas vidas naturalmente, embora com algumas dificuldades, e nunca tiveram um diagnóstico realizado. São homens e mulheres taxados como “diferentes”, “estranhos”, “frios”, “grosseiros”, dentre outros adjetivos muitas vezes pejorativos. Em 2011, por exemplo, estimava-se que cerca de 1% da população adulta na Inglaterra fosse autista. E como suspeitar desse diagnóstico? Mostraremos os principais sinais e sintomas a seguir.

Sinais e sintomas do autismo

Os sinais do TEA, às vezes, podem ser detectados com 18 meses ou menos. Por volta dos 2 anos de idade, um diagnóstico feito por um profissional experiente (neuropediatra) pode ser considerado muito confiável. No entanto, muitas crianças não recebem o diagnóstico final até que estejam mais velhas ou até mesmo adultas. Por isso, separamos nossos artigos para entender ainda mais sobre o que é autismo e como reconhecer precocemente seus sinais:

Diagnóstico do autismo

Agora que você já entendeu o que é autismo, precisa saber que seu diagnóstico é essencialmente clínico e baseia-se nas observações do paciente, nas entrevistas com os pais ou familiares próximos e na utilização de ferramentas específicas. Não há exames laboratoriais (como de sangue) ou de imagem (como ressonância) que confirmem o autismo Hoje, existem diversos instrumentos que auxiliam no processo diagnóstico, sendo a grande maioria delas voltadas para crianças.

As ferramentas de monitoramento do desenvolvimento infantil são sensíveis à identificação de alterações indicativas de TEA e deveriam ser aplicadas durante as consultas de puericultura na Atenção Primária à Saúde. Uma vez que haja a suspeita, essa criança deve ser avaliada por um neuropediatra e, no caso dos adultos, um neurologista ou psiquiatra.

Muitas vezes, para auxílio diagnóstico do TEA são requeridas avaliações neuropsicológicas complementares. Esses profissionais utilizam-se de protocolos que buscam garantir a padronização do diagnóstico, como o MCHAT, o ADI-R e o ADOS. Toda essa jornada para confirmar ou descartar o transtorno pode ser demorada e exigir paciência tanto dos profissionais quanto dos familiares.

Tratamento do autismo

Se você conseguiu entender o que é autismo, já deve ter percebido que não há uma cura, mas sim tratamento. E quando dizemos isso, referimo-nos a tratar os sintomas do transtorno. Por esse motivo, a abordagem do TEA precisa ser multidisciplinar e envolver médicos, psicólogos, terapeutas ocupacionais e outros profissionais. 

Muitas pessoas com autismo têm condições médicas coexistentes, como distúrbios do sono, depressão, ansiedade, epilepsia, déficit de atenção dentre outras. Lidar com essas condições pode melhorar a atenção, o aprendizado e a independência do paciente. 

Cada intervenção ou plano terapêutico deve ser adaptado para atender às necessidades específicas do paciente. Ainda, não há uma medicação específica para a doença, mas os remédios podem ser utilizados para controlar agitação, ansiedade, depressão, déficit de atenção, insônia e outras condições médicas associadas, melhorando a qualidade de vida do indivíduo. Assim, as medicações comumente utilizadas são os antidepressivos e antipsicóticos.

Entender o que é autismo é o primeiro passo para compreender esse Transtorno. Portanto, falar sobre esse assunto e divulgá-lo ajuda a ampliar as chances de alguém ser diagnosticado corretamente e receber o tratamento adequado o quanto antes. Hoje, existe preconceito sobre o tema até mesmo entre os próprios pacientes! E aí, vamos desmistificar isso? Compartilhe!

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