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Sexo é saúde, inclusive para seu cérebro! Veja aqui 3 estudos que sugerem o benefício da atividade sexual na neurologia.

O sexo e o cérebro

O sexo e o cérebro - descubra como o sexo pode ajudar nosso cérebro.

Só de ver ou ouvir a palavra “sexo”, muitos podem já se arrepiar. Apesar do tabu por trás do assunto, entre quatro paredes a vergonha cede lugar ao prazer. E é esse prazer que alimenta também o cérebro, podendo inclusive melhorar algumas de suas funções. Ficou curioso(a)? Então continue lendo para entender melhor!

Os benefícios da atividade sexual para o cérebro na “melhor idade”

Você acha estranho idoso ter uma vida sexual ativa? Talvez isso seja um pré-conceito errôneo. Enquanto a cultura popular associa principalmente o sexo aos jovens, casais mais velhos fazem sexo em taxas mais altas do que alguns podem imaginar! A American Association of Retired People (AARP) relata que 67% das pessoas com mais de 50 anos  fazem sexo regularmente, sendo que 31% praticam várias vezes por semana e 28% que fazem sexo pelo menos duas vezes por mês.

Na última década, pesquisadores têm buscado compreender como o sexo pode impactar nosso cérebro. Um estudo do Reino Unido avaliou a alteração cognitiva em pacientes entre 50 e 83 anos (38% eram homens e 62% mulheres) com base na atividade sexual. Ele evidenciou que homens e mulheres mais velhos que realizam sexo regular (ao menos 1 vez por semana) têm melhor funcionamento cognitivo do que aqueles que não se envolvem sexualmente, ou o fazem com menor frequência. Esse grupo de pacientes sexualmente ativos obteve melhores resultados em testes cognitivos de fluência verbal e habilidade visuoespacial.

Sexo melhora a neuroplasticidade

Há alguns anos acreditava-se que, após formado, o cérebro não era mais capaz de se “regenerar” e estabelecer novas conexões. Oposto a isso, cientistas descobriram em 2010 que a atividade sexual parece promover a neurogênese e estimular o crescimento de células dendríticas. Esse estudo envolvendo ratos mostrou que, aqueles com atividade sexual regular (diariamente por duas semanas) tiveram crescimento de neurônios no hipocampo em relação aos ratos que só fizeram sexo uma vez a cada duas semanas.

A atividade sexual influencia na memória?

Tem sexo que é difícil de esquecer, não é mesmo? Mas será que a atividade sexual possui algum efeito na nossa memória a longo prazo? Um grande estudo de 2018 analisou dados sobre 6.016 pessoas com mais de 50 anos de idade (2.672 homens e 3.344 mulheres). A pesquisa buscou relacionar a frequência sexual e seu impacto na memória.

Simplificando, os participantes da pesquisa realizaram testes específicos no início e após dois anos. Os resultados mostraram que a atividade sexual mais frequente e maior proximidade emocional com o(a) parceiro(a) durante o sexo foram associados a um melhor desempenho da memória.

A saúde sexual dos pacientes na neurologia

Você já conversou com seu neurologista sobre sua saúde sexual? Muitas vezes, tanto médicos quanto pacientes esquecem de levar isso em conta no plano terapêutico – eis aqui um grande equívoco! 

Diversos medicamentos que neurologistas e outros profissionais utilizam em seus tratamentos podem alterar a libido e a função sexual. Alguns exemplos são os ansiolíticos, antidepressivos e anticonvulsivantes. Por isso, se acha que eles podem estar afetando sua vida sexual, converse com seu médico!

“Façamos, vamos amar!”

O intuito deste texto foi desmistificar esse assunto na relação médico-paciente, mostrando que cuidar da saúde sexual pode se relacionar diretamente com uma melhor saúde cerebral também. Afinal, o paciente precisa ser visto como um todo de forma a prezar pelo seu completo bem-estar. Então, como já cantavam Elza Soares e Chico Buarque: “Façamos, vamos amar!” (com responsabilidade, é claro!).

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