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O que é demência? Demência senil, Alzheimer, Lewy… Conheça as principais demências e entenda melhor.

o que é demência

O que é demência? Entenda os principais tipos aqui.

O que é demência? “Demência” é um termo genérico para quando se desenvolvem dificuldades com raciocínio, julgamento e memória. Pessoas com demência geralmente apresentam, além da perda de memória, também dificuldade em pelo menos uma outra área, por exemplo:

Considera-se que exista um quadro de demência quando esses problemas afetam as atividades diárias e a independência do paciente.

A demência pode ser causada por várias doenças, sendo a mais comum – mas não a única! –  a doença de Alzheimer, presente em aproximadamente 60 a 80% de todos os casos de demência.

Nesse texto vamos discutir brevemente as principais causas de demência, bem como os tratamentos mais comuns e estratégias de cuidado. Sabemos que pode ser difícil e estressante viver com demência ou cuidar de alguém nessa situação. Por isso, seja você paciente ou cuidador, saiba que não está sozinho e que vamos tentar te ajudar!

CAUSAS DE DEMÊNCIA

A demência pode ser causada por várias condições neurológicas diferentes, dentre elas:

Doença de Alzheimer

É a causa mais comum de demência. Ainda não se sabe exatamente o porquê ou como ele se desenvolve, porém parece estar claro que doença de Alzheimer produz alterações específicas no cérebro. Essas alterações incluem depósitos (placas) de uma proteína chamada “beta amilóide”, morte de neurônios em partes importantes do cérebro e redes de fibras proteicas nas células cerebrais (conhecidas como “emaranhados neurofibrilares”) .

Demência vascular

Na demência vascular, os danos cerebrais ocorrem principalmente devido à redução do fluxo sanguíneo. Isso pode acontecer quando os vasos sanguíneos do cérebro ficam entupidos com coágulos ou depósitos de gordura. Por isso, a demência vascular é mais comum entre as pessoas que tiveram derrames (AVC ou AVE) ou estão em risco de sofrer derrames, especialmente aqueles com pressão alta, dislipidemia e diabetes. Pode ocorrer em conjunto com a doença de Alzheimer.

Demência com Corpos de Lewy

A Demência com Corpos de Lewy tem esse nome por ser causada devido a estruturas proteicas anormais (“corpos de Lewy”) que se formam dentro das células do cérebro. Seus sintomas característicos são parecidos com os da Doença de Parkinson, como tremores, rigidez e dificuldade em se mover normalmente. Esse distúrbio também costuma causar alucinações, que podem ser muito realistas.

A Demência com Corpos de Lewy também pode levar as pessoas a gritarem, chorarem, se debaterem e até dar socos e pontapés durante o sono – chamamos isso de “distúbrio comportamental do sono REM”. Ele deve ser discutido com um neurologista, pois pode ser tratável com medicamentos.

Demência da doença de Parkinson

Pode ocorrer mais tarde no curso da Doença de Parkinson e apresenta sintomas muito semelhantes aos da Demência nos Corpos de Lewy.

Demência frontotemporal (DFT)

A demência frontotemporal causa perda de células nervosas no cérebro atingindo duas partes específicas do cérebro, chamadas lobos frontal e temporal (por isso so seu nome!).

A Demência Frontotemporal (DFT) geralmente surge mais cedo que a doença de Alzheimer, existindo diferentes tipos. Um causa mudanças de personalidade e pode causar comportamentos sociais inadequados; já em outros tipos, os sintomas mais importantes envolvem o uso e a compreensão da fala e da linguagem.

Outras tipos e causas de demência

São, por exemplo, a demência senil, o alcoolismo crônico ou traumas repetidos na cabeça. Relatos de demência entre jogadores profissionais de futebol e luta que sofreram múltiplas concussões levaram à descoberta de uma condição agora denominada “encefalopatia traumática crônica” que inclui problemas psiquiátricos e comportamentais, além de comprometimento cognitivo.

FATORES DE RISCO PARA DEMÊNCIA

Não há como prever com certeza quem desenvolverá demência, mas a maioria das formas tem vários fatores de risco em comum! Então é imporante sabê-los:

Idade – O maior fator de risco para demência é a idade: a demência é rara em pessoas com menos de 60 anos e se torna muito comum em pessoas com mais de 80 anos. Por exemplo, a demência afeta aproximadamente 1 em cada 6 pessoas entre 80 e 85 anos, 1 em 3 (33%) acima de 85 anos e quase metade (50%) das pessoas com mais de 90 anos.

História familiar – Algumas formas de demência têm um componente genético, o que significa que elas tendem a ocorrer nas famílias. Ter um familiar próximo com doença de Alzheimer aumenta suas chances de desenvolvê-la, mas não significa que isso irá acontecer!

Outros fatores – Estudos indicam que pressão alta, tabagismo e diabetes podem ser fatores de risco para demência. Fatores de estilo de vida também são muito importantes! Por exemplo, pessoas que permanecem fisicamente ativas, conectadas socialmente e mentalmente comprometidas parecem menos propensas a desenvolver demência do que pessoas que não o fazem.

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SINTOMAS DA DEMÊNCIA

Cada forma de demência pode causar alterações na memória, linguagem, raciocínio e julgamento. Ainda, os sintomas podem ser diferentes de pessoa para pessoa, além de mudarem com o tempo. Às vezes, os membros da família percebem mudanças, mas as atribuem erroneamente ao envelhecimento ou demência senil.

Dentre os principais sintomas, listamos:

Perda de memória anormal –  As alterações de memória devido ao envelhecimento normal geralmente são leves e não pioram muito com o tempo, nem devem interferir no funcionamento diário de uma pessoa.

Mudanças precoces – Os primeiros sintomas geralmente são graduais e sutis, surgindo como uma tendência para repetir histórias e perguntas. Outras alterações podem incluir um ou mais dos seguintes itens:

Alterações tardias – À medida que a demência progride, a capacidade de pensar de uma pessoa claramente continua a declinar e qualquer alteração listada acima podem se acentuar. Além disso, alterações comportamentais e emocionais podem se tornar exuberantes – e um desafio para neurologistas e familiares. Dentre esses sintomas, destacam-se:

A quantidade de sintomas, as funções prejudicadas e a velocidade com que os sintomas progridem podem variar muito de um paciente para outro, em alguns casos levando mais de 10 anos. A causa mortis desses pacientes geralmente não é a doença em si, mas uma afecção secundária como pneumonia, quedas e outras.

DIAGNÓSTICO DE DEMÊNCIA

A avaliação por um neurologista é fundamental. A história clínica com informações tanto do paciente quando dos familiares que o acompanham, bem como a realização de testes cognitivos e de memórias são essenciais. Os resultados desses testes podem ser monitorados ao longo do tempo para se observar a resposta ao tratamento e evolução da doença.

Os exames de sangue geralmente são feitos para descobrir se alguma alteração química, hormonal ou deficiência de vitaminas está contribuindo com o quadro. Exames de imagem, como ressonância magnética ou até mesmo coleta de líquor podem ser necessários, principalmente para descartar outras causas.

TRATAMENTO DE DEMÊNCIA

A abordagem do tratamento depende, em parte, do tipo de demência. Logo, o diagnóstico e acompanhamento regular com o neurologista é crucial.

O tratamento, de uma forma geral, inclui medicamentos para melhorar a memória e tentar retardar sua perda, além de buscar controlar problemas comportamentais.

Tratamento de problemas de memória

Os principais medicamentos são os conhecidos como “inibidores da colinesterase”. Dentre eles, estão:

Esses medicamentos buscam compensar quedas nos níveis de acetilcolina que ocorrem nas demências, principalmente na Alzheimer. Os inibidores da colinesterase podem causar efeitos colaterais como náusea, vômito e diarreia em algumas pessoas.

Já a memantina é um medicamento que funciona de forma diferente dos inibidores da colinesterase. Ele atua como antagonista dos receptores NMDA, melhorando a transmissão dos sinais nervosos. Geralmente é utilizado como adjuvante, principalmente em conjunto com a donepezila.

É importante ter expectativas realistas sobre os benefícios potenciais da terapia medicamentosa nas demências. Nenhum desses medicamentos cura a doença e a realidade é que, com o tempo, a pessoa continuará a piorar.

Quando a medicação tem efeito, o objetivo não é interromper a progressão da doença, mas melhorar a qualidade de vida da pessoa e de sua família na medida do possível. Para alguns pacientes, esses benefícios podem ser duradouros.

Tratamento dos sintomas comportamentais

Os sintomas comportamentais da doença de Alzheimer costumam ser mais preocupantes do que os sintomas cognitivos (mentais). Mesmo em casos leves, agitação, ansiedade e irritabilidade podem ocorrer e geralmente pioram com o avanço da doença. Lidar com esses sintomas é estressante tanto para o paciente, como para sua família e cuidadores. Uma combinação de medicamentos e terapia comportamental pode ser útil.

As terapias não medicamentosas são preferíveis, pois praticamente todos os medicamentos utilizados para sintomas comportamentais podem aumentar a confusão e muitos estão associados a efeitos colaterais graves e até a um risco maior de morte.

Depressão Depressão é comum, especialmente nas fases iniciais da demência. Pode ser tratado com terapia comportamental e / ou com medicamentos. A chave é reconhecer que a depressão pode estar desempenhando um papel importante nos sintomas do paciente.

Uma variedade de terapias comportamentais está disponível e potencializa a qualidade de vida dos pacientes, além de não apresentar os efeitos colaterais frequentemente observados com medicamentos. A terapia comportamental envolve a mudança do ambiente (por exemplo, praticar exercício físico regular, evitar gatilhos que causam tristeza, socializar com os outros, envolver-se em atividades agradáveis e outros).

CONSULTE SEU MÉDICO

É de suma importância discutir individualmente cada caso e ter um neurologista de confiança que acompanhe esse paciente ao longo das fases da demência. Nada substitui uma relação médico-paciente de qualidade.

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