A risperidona é um medicamento antipsicótico atípico muito utilizado na psiquiatria e na neurologia para tratamento de diversos sintomas, principalmente aqueles relacionados a transtornos do pensamento, do humor, do comportamento e diversos outros. Se você quer entender para que serve a risperidona, continue lendo!
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O que é a risperidona
Tecnicamente, a risperidona é um derivado benzisoxazólico e faz parte do grupo de antipsicóticos atípicos. Esse princípio ativo foi desenvolvido pelo laboratório Janssen, por volta de 1994 e lançado com o nome de Risperdal. Dentre suas vantagens estava a redução de efeitos extrapiramidais, que são reações adversas e se caracterizam principalmente por movimentos involuntários.
A risperidona parece atuar reajustando o equilíbrio entre a dopamina e a serotonina (neurotransmissores) no cérebro do paciente. O mecanismo exato como isso acontece ainda não está bem elucidado. Por esse motivo, a risperidona tem sido utilizada para tratar diversos sintomas relacionados a doenças e condições como esquizofrenia, transtorno bipolar, demências e autismo.
Risperidona: para que serve?
Esse medicamento é muito utilizado no controle de sintomas da esquizofrenia, do transtorno bipolar e em condições que possam gerar agressividade, como as demências e o autismo. Inicialmente era prescrita para adultos, porém hoje também é bastante utilizada em crianças a partir de 5 anos.
Importante destacar que esse tipo de medicamento não faz efeito de um dia para o outro, necessitando algumas semanas para que se atinja o efeito esperado.
Principais efeitos colaterais da risperidona
A seguir, listamos os principais efeitos adversos dessa medicação. Lembramos que isso não significa, necessariamente, que todos os pacientes irão desenvolvê-las porém, caso ocorra, é importante lembrar sobre a possibilidade de ser a risperidona a causa.
- Inquietação
- Ansiedade
- Queimação gástrica
- Rigidez muscular
- Vermelhidão na pele
- Cansaço
- Hiperprolactinemia em crianças e adolescentes
- Náuseas
- Obstipação
- Reações extrapiramidais
- Rinite
- Salivação excessiva
- Sonolência
- Taquicardia
- Tonturas
- Visão anormal
- Aumento de peso
A risperidona trata o autismo?
Essa pergunta é proposital e a resposta é: a risperidona ajuda a tratar alguns sintomas do TEA, porém não o transtorno em si. Isso precisa ficar claro, pois nem todo paciente no Espectro precisará dessa medicação ou de similares. Mas, então, como ela funciona nessa condição? Vamos te explicar!
A risperidona foi a primeira medicação aprovada nos Estados Unidos para tratamento dos sintomas de TEA em crianças a partir de 5 anos e adolescentes. Ela se mostrou eficaz em mais de 70% dos casos para controle de agitação, agressividade, ansiedade, estereotipias e oscilações no humor, sendo útil tanto no curto, quanto nos médio e longo prazos. Há evidências de que o medicamento seja efetivo também em adultos dentro do Espectro.
Ainda quando falamos em medicamentos para o TEA, embora a risperidona seja a mais estudada, o aripiprazol (outro antipsicótico atípico) também demonstrou efetividade semelhante no controle dos sintomas. Inicialmente era esperado que houvesse grande diferença entre os efeitos colaterais das duas drogas, porém viu-se que eram bastante semelhantes, principalmente o ganho de peso e a sonolência. Por isso, apesar de serem ótimas opções terapêuticas, precisamos lembrar que tratamentos não farmacológicos podem ser muito melhores a longo prazo.
Pontos importantes
- A risperidona funciona afetando mensageiros químicos no cérebro (neurotransmissores) como a dopamina. Não cura sua condição, mas pode ajudar a manter seus sintomas sob controle.
- A risperidona não funciona imediatamente. Pode levar vários dias ou até meses para que alguns sintomas melhorem.
- Os efeitos colaterais mais comuns incluem sonolência, distúrbios do movimento e dores de cabeça.
- Essa medicação pode fazer você sentir mais fome do que o normal, então você pode engordar se não controlar seu apetite.
Neste artigo explicamos para você de forma bastante simples o que é a risperidona, em quais doenças normalmente é utilizada e como pode ajudar pacientes com autismo. Mostramos ainda que existem efeitos colaterais que precisam ser considerados na hora da escolha e, portanto, seguir a prescrição médica é fundamental. Gostou desse texto? Então compartilhe o conhecimento!
Dr. Matheus Trilico é neurologista referência no diagnóstico e acompanhamento de TEA e TDAH em adultos. Formado em medicina pela Faculdade Estadual de Medicina de Marília (FAMEMA) e com residência em Neurologia pelo Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná (HC-UFPR) e mestre também pela UFPR. Além de atuar como neurologista em consultório privado e no Sistema Único de Saúde (SUS), realiza também atividades acadêmicas. Dr. Matheus Trilico acredita que o ser humano precisa conhecer bem sua saúde e, por isso, transmite as informações sobre o quadro clínico de forma clara e didática, reafirmando seu compromisso com a exímia relação médico-paciente. Amante da tecnologia, busca utilizá-la para agregar conhecimento e facilitar a vida dos pacientes, mas sem perder seu foco: o humanismo e a qualidade do atendimento médico.
CRM 35.805/PR – RQE 24.818