CID TDAH. A Classificação Internacional de Doenças (CID) é o guia mundial para identificar tendências e estatísticas de saúde, contendo cerca de 55 mil códigos únicos para lesões, doenças e causas de morte. Através de uma classificação comum, o documento permite compartilhar informações de saúde globalmente. O mesmo acontece com a CID do TDAH, o Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade, que é o mesmo no Brasil e em diversos outros países. Quer entender melhor isso? Vamos te explicar!
Principais Tópicos Deste Artigo
O que é a CID?
A Classificação Internacional de Doenças (CID), também conhecida como Classificação Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde, foi criada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em 1893. Na ocasião, todavia, ela foi chamada de “lista internacional das causas de mortes”. Somente em 1940 foi criada a versão conhecida atualmente e com o nome hoje utilizado.
Trata-se de uma das principais ferramentas epidemiológicas utilizadas diariamente por médicos e demais profissionais ligados à saúde. A CID classifica e padroniza a nomenclatura das doenças, facilitando a comunicação entre os diferentes profissionais da saúde mundialmente, além de facilitar o monitoramentos global de doenças.
O Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH)
De forma resumida, o TDAH é, normalmente, caracterizado pela dificuldade de concentração, inquietação e hiperatividade. Trata-se de um transtorno neurológico de origem genética e que compromete o desenvolvimento de algumas partes e estruturas importantes do cérebro, associadas ao estímulo e ao sistema de recompensa.
O TDAH, apesar de inicialmente conhecido como uma doença de crianças, também se manifesta na vida adulta e pode trazer diversas consequências negativas, como prejuízos sociais, problemas emocionais, desânimo, ansiedade e problemas de saúde.
Na idade adulta, identificar o TDAH pode ser difícil, uma vez que os sintomas podem ser semelhantes aos sinais de quadros de estresse e transtornos de ansiedade ou de oscilação de humor. Por isso, é fundamental a avaliação especializada de um neurologista, psiquiatra e neuropsicólogo(a).
Apesar de não existir cura para o TDAH, alguns recursos podem ajudar a diminuir os sintomas e melhorar a qualidade de vida do paciente. Em geral, isso acontece por meio de tratamento medicamentoso, com substâncias que ajudam a melhorar o foco, além de psicoterapia. Temos alguns materiais sobre o assunto, incluindo um teste online gratuito em nosso blog.
CID-10 ou CID-11?
A CID é atualizada frequentemente. A CID-10 foi aprovada pela Conferência Internacional para a Décima Revisão, em 1989, e adotada pela Quadragésima Terceira Assembleia Mundial de Saúde para entrar em vigor em 1º de janeiro de 1993. Ao longo dos anos seguintes, os países foram adotando a Classificação oficialmente, como ocorreu no Brasil em 1996 e vigorou até 31 de dezembro de 2021.
A partir de 1 de janeiro de 2022 entrou em vigor a CID-11, lançada pela OMS em 2018. Essa versão da Classificação Internacional de Doenças contém mais de 55 mil códigos, enquanto a CID-10 possuía 14,4 mil. Dentre as principais novidades, está a inclusão dos distúrbios associados a games e capítulos inéditos sobre saúde sexual. Outro ponto positivo é a maior quantidade de detalhes nos códigos relacionados à resistência antimicrobiana, além de melhorias na classificação do autismo e de outras doenças.
CID TDAH
A seguir, mostraremos as CID-10 e CID-11 para o Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH):
CID-10 TDAH
F90 Transtornos hipercinéticos
F90.0 Distúrbios da atividade e da atenção
F90.1 Transtorno hipercinético de conduta
F90.8 Outros transtornos hipercinéticos
F90.9 Transtorno hipercinético não especificado
CID-11 TDAH (tradução não oficial)
6A05 Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade
6A05.0 Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade predominantemente desatento
6A05.1 Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade predominantemente hiperativo-impulsivo
6A05.2 Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade, apresentação combinada
6A05.Y Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade, outra forma de apresentação
6A05.Z Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade, apresentação não especificada.
Quer ver essa e outras doenças na nova CID-11? Então acesse o site oficial da OMS aqui.
Dr. Matheus Trilico é neurologista referência no diagnóstico e acompanhamento de TEA e TDAH em adultos. Formado em medicina pela Faculdade Estadual de Medicina de Marília (FAMEMA) e com residência em Neurologia pelo Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná (HC-UFPR) e mestre também pela UFPR. Além de atuar como neurologista em consultório privado e trabalhou por anos no Sistema Único de Saúde (SUS), realizando também atividades acadêmicas. Dr. Matheus Trilico acredita que o ser humano precisa conhecer bem sua saúde e, por isso, transmite as informações sobre o quadro clínico de forma clara e didática, reafirmando seu compromisso com a exímia relação médico-paciente. Amante da tecnologia, busca utilizá-la para agregar conhecimento e facilitar a vida dos pacientes, mas sem perder seu foco: o humanismo e a qualidade do atendimento médico.
CRM 35.805/PR – RQE 24.818