Neste artigo, vamos apresentar para você os principais mitos e verdades sobre Alzheimer!
O Alzheimer é uma doença neurodegenerativa crônica, caracterizada pela deterioração progressiva de neurônios em algumas partes do cérebro. Mais prevalente na terceira idade, seus principais sinais incluem esquecimento, ansiedade, mudanças repentinas de humor, desorientação e dificuldade para realizar atividades do dia a dia.
A condição é dividida em três estágios, de acordo com o grau de progressão da doença. No estágio inicial, o paciente ainda é capaz de realizar as atividades do dia a dia sem depender da ajuda de familiares ou cuidadores.
Desse modo, os tratamentos buscam retardar o agravamento dos sintomas da patologia, aumentando a expectativa de vida e preservando as funções cognitivas do paciente.
Mito ou verdade? Continue a leitura para descobrir!
9 mitos e verdades sobre Alzheimer
O Alzheimer já tem cura?
Mito. Ainda não foi encontrada uma forma de regredir ou impedir a progressão da deterioração neuronal, ou ainda de prevenir totalmente a doença. No entanto, existem diversos tratamentos que ajudam a amenizar os sintomas e diminuem a velocidade com a qual a doença progride.
Esquecer significa ter Alzheimer?
Mito. É comum, principalmente na terceira idade, ter alguns problemas ocasionais relacionados à memória, como esquecer um compromisso, confundir o dia do mês ou não se lembrar do nome de alguém que conheceu recentemente. Esses esquecimentos pontuais não indicam, necessariamente, que a pessoa está com a patologia.
O esquecimento que acontece devido ao Alzheimer é mais severo e frequente e leva o paciente a ter dificuldade em registrar novas informações. Um sintoma comum, no estágio inicial da doença, é quando o paciente faz a mesma pergunta várias vezes.
Conforme a doença progride, ela faz com que se esqueçam informações importantes, como o nome de um ente querido, uma receita que até então sabia de cor, a letra de uma canção que adora, como chegar a um local conhecido etc.
Também vale ressaltar que problemas relacionados à memória podem ser efeito colateral de algum medicamento e de carência nutricional ou, ainda, ser causados por outro tipo de demência.
A prática de atividades físicas pode ajudar pessoas com Alzheimer?
Verdade. A prática de atividade física, bem como a adoção de uma alimentação adequada, ajuda a retardar os sintomas da doença, além de aumentar a qualidade de vida do paciente crônico.
Em geral, isso acontece porque, ao praticar exercícios, há a liberação de hormônios ligados ao bem-estar, o estímulo à plasticidade neural e o aumento do fluxo sanguíneo no local, melhorando a oxigenação do cérebro.
A perda de memória é o primeiro sintoma?
Mito. Embora seja a característica mais popular do Alzheimer, esse sintoma não é, necessariamente, o primeiro indício da doença. Além da memória, a patologia também atinge o raciocínio e a capacidade de comunicação. Dessa forma, alguns sintomas iniciais do quadro são:
- desorientação em relação ao tempo e ao espaço;
- dificuldade em tomar decisões;
- dificuldade em se comunicar. O paciente pode, por exemplo, apresentar uma comunicação confusa, repetindo o que já disse sem perceber;
- erros em contas ou dificuldade para, por exemplo, elaborar uma lista de compras no mercado;
- mudanças repentinas de humor;
- ansiedade e depressão;
- distúrbios do sono.
Mulheres têm mais chances de ter Alzheimer?
Verdade. Estatisticamente, o Alzheimer é mais comum entre mulheres, embora a causa disso seja desconhecida. Uma das possibilidades é simplesmente porque as mulheres vivem mais e isso as torna mais propícias a desenvolver a doença.
Quem tem a doença normalmente se lembra de fatos antigos, mas não dos recentes?
Verdade. O hipocampo, onde as memórias recentes ficam armazenadas, é uma das primeiras áreas do cérebro a serem afetadas pela deterioração neuronal. Por isso, é comum que o paciente se recorde de memórias antigas, do tempo da infância, mas não consiga registrar acontecimentos recentes. Com o tempo, conforme a doença progride, as memórias antigas são cada vez mais afetadas.
Só idosos podem ter Alzheimer?
Mito. Embora seja mais comum acima dos 65 anos, a patologia também pode se manifestar em pacientes mais jovens, em geral, a partir dos 30 anos. Nos Estados Unidos, por exemplo, segundo a Organização de Alzheimer, cerca de 4% da população com Alzheimer tem menos de 65 anos.
É possível prevenir o Alzheimer?
Parcialmente verdade. Não se sabe exatamente o que causa o Alzheimer, por isso, é impossível preveni-lo completamente. No entanto, existem alguns elementos comuns na patologia que podem ser evitados por meio da alimentação e da atividade física, como a deficiência da vitamina K no organismo ou a presença excessiva de radicais livres, que aumentam as chances de deteriorar as células neuronais.
Dessa forma, alguns fatores de risco, além da idade, são:
- sedentarismo;
- má alimentação;
- hipertensão;
- diabetes;
- tabagismo.
Além disso, pesquisas sugerem que indivíduos que estudam, leem, viajam e têm uma vida social ativa são menos propícios a desenvolver o quadro. No entanto, é mito que jogos de passatempo isoladamente, como palavras cruzadas e caça-palavras, ajudem a evitar a doença, embora sejam úteis para amenizar os sintomas durante o tratamento.
Em 14 de Julho de 2019, um artigo publicado no jornal da Associação Médica Americana (The Journal of the American Association (JAMA)) concluiu que a reserva cognitiva está associada à redução do risco de demência. O resumo desse estudo está publicado no website da associação.
Quem tem Alzheimer é incapaz de compreender o que acontece ao seu redor?
Mito, exceto na fase avançada do quadro. Na fase inicial e intermediária, o paciente consegue entender o que está acontecendo e até mesmo preservar sua autonomia, embora tenha algumas dificuldades. Por isso, é tão importante começar a tratar a patologia nos primeiros sintomas!
Quando falamos em doenças neurodegenerativas, mesmo que elas não tenham cura, faz toda a diferença obter um diagnóstico precoce. Isso porque começar o tratamento na etapa inicial ajuda a minimizar os sintomas e a prolongar a capacidade cognitiva do paciente. Para isso, é fundamental contar com a avaliação de um bom neurologista.
Portanto, você aprendeu como o Alzheimer funciona, verificou quais são as suas principais características e tirou dúvidas sobre mitos e verdades sobre Alzheimer. Além disso, também entendeu a importância de obter um diagnóstico precoce e contar com um bom profissional da saúde.
Gostou deste post de mitos e verdades sobre Alzheimer? Quer aprender mais sobre neurologia e saúde? Então, confira nosso artigo sobre os benefícios da atividade física para o cérebro!
Dr. Matheus Trilico é neurologista referência no diagnóstico e acompanhamento de TEA e TDAH em adultos. Formado em medicina pela Faculdade Estadual de Medicina de Marília (FAMEMA) e com residência em Neurologia pelo Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná (HC-UFPR) e mestre também pela UFPR. Além de atuar como neurologista em consultório privado e no Sistema Único de Saúde (SUS), realiza também atividades acadêmicas. Dr. Matheus Trilico acredita que o ser humano precisa conhecer bem sua saúde e, por isso, transmite as informações sobre o quadro clínico de forma clara e didática, reafirmando seu compromisso com a exímia relação médico-paciente. Amante da tecnologia, busca utilizá-la para agregar conhecimento e facilitar a vida dos pacientes, mas sem perder seu foco: o humanismo e a qualidade do atendimento médico.
CRM 35.805/PR – RQE 24.818