O que comemos tem um impacto gigantesco na nossa saúde, tanto a curto quanto a longo prazo. Isso é tão bem estabelecido, que sua importância começa já nos primeiros 1000 dias do bebê! Além de aumentar o bem-estar e prevenir doenças como diabetes, obesidade e problemas no coração, a alimentação também desempenha um papel fundamental na atividade neurológica da criança e do adulto. Portanto, conhecer os melhores alimentos para o cérebro é fundamental.
Uma boa alimentação não só melhora a capacidade de aprendizado e concentração, como também ajuda a prevenir — e tratar — doenças como Parkinson, Alzheimer, enxaqueca, convulsão e esclerose múltipla. Ainda, ela é essencial na manutenção da qualidade de vida de pacientes crônicos.
Mas como exatamente a alimentação impacta a atividade cerebral? O que adicionar ao cardápio na hora de cuidar da saúde do cérebro? Para responder essas questões, neste conteúdo explicaremos como a alimentação está relacionada ao desempenho cerebral e mostraremos quais são os principais alimentos para o cérebro. Confira!
A influência da alimentação na atividade cerebral
Os radicais livres são moléculas que podem ser nocivas ao corpo. Eles são produzidos durante o processo de oxidação biológica, em que o organismo transforma os alimentos consumidos em energia. Essas moléculas, muitas vezes, são prejudiciais para as células, podendo lesar os neurônios e atrapalhar a atividade química do cérebro, causando envelhecimento precoce e até mesmo aumentando as chances de doenças neurodegenerativas, como o Alzheimer e o Parkinson.
Para combater o excesso dos radicais livres, o corpo precisa produzir antioxidantes e, para isso, é necessário ingerir alimentos com essa propriedade. Vale ressaltar que, com o envelhecimento, ou ainda devido a fatores externos, como estresse, poluição, ingestão de alimentos ultraprocessados e outros, o combate aos radicais livres pode exigir ainda mais atenção. Por isso, é importante suprir a carência do organismo por meio da alimentação consciente!
A importância da oxigenação cerebral
Outro ponto importante para manter o cérebro saudável é garantir que o órgão receba a quantidade de oxigênio ideal por meio do fluxo sanguíneo. Nesse sentido, os antioxidantes também são benéficos, uma vez que ajudam a manter a flexibilidade dos vasos, permitindo que o sangue flua corretamente.
O consumo excessivo de determinados alimentos também pode ser um hábito alimentar prejudicial para o cérebro. Por exemplo, o excesso de proteína animal pode gerar uma concentração elevada de homocisteína que, por sua vez, pode deteriorar o revestimento interno dos vasos.
Doenças como a hipertensão também podem atrapalhar o bom funcionamento do cérebro, aumentando até mesmo as chances de o paciente sofrer um AVC. Por isso, faz toda a diferença adotar uma alimentação que não contribua para esse quadro.
Os 7 melhores alimentos para o cérebro
Confira, logo abaixo, alguns alimentos que ajudam a estimular a atividade cerebral e são muito benéficos para a saúde de modo geral.
1. Brócolis
O brócolis é um legume rico em vitamina K. Esse elemento, além de ter papel importante na coagulação do sangue, tem resposta anti-inflamatória e está associado à capacidade cognitiva, melhorando o raciocínio lógico e a memória do indivíduo.
Outro ponto interessante sobre a vitamina K é que ela está associada aos esfingolípidos que, por sua vez, são essenciais na formação da membrana neuronal. Embora ainda em investigação, estudos sugerem que quem sofre de Alzheimer e outras demências pode apresentar deficiência dessa vitamina.
2. Frutas amarelas
A vitamina C, também chamada de ácido ascórbico, está presente nas frutas amarelas e é um antioxidante poderoso. Como vimos, essa classe de moléculas ajuda a neutralizar os radicais livres, protegendo o cérebro contra o estresse oxidativo.
O ácido ascórbico também ajuda na absorção de ferro. Esse elemento, por sua vez, é essencial para melhorar a capacidade cognitiva, aumentando a memória e a concentração. Além disso, a vitamina ajuda a aumentar os níveis de histamina, noradrenalina e cortisol, combatendo a depressão e ajudando a modular a resposta ao estresse.
Como não é produzida pelo organismo, a vitamina C deve ser obtida por meio da alimentação. Além das frutas amareladas, como laranja, mexerica, abacaxi, acerola, damasco, manga, mamão, caju e caqui, também podemos encontrar essa vitamina em vegetais verdes, como brócolis e couve.
3. Nozes
As nozes também têm efeito antioxidante devido à presença de ômega 3 e de vitamina E. Esse primeiro elemento ajuda a aumentar a plasticidade do cérebro, enquanto o segundo, assim como o ácido ascórbico, atua como poderoso antioxidante.
Dessa forma, ambas as substâncias ajudam a retardar o envelhecimento do cérebro, melhorando a memória, ajudando a prevenir a demência e preservando a capacidade cognitiva do paciente.
4. Broto de feijão
Barato e versátil, o broto de feijão é rico em vitaminas do complexo B. O alimento ajuda a diminuir o estresse e a ansiedade, melhora a qualidade do sono e contribui para o controle da pressão arterial.
5. Cenoura
A cenoura é um alimento rico em betacaroteno. Essa vitamina, também chamada de “pró-vitamina A”, está presente no pigmento que dá a cor alaranjada na cenoura e em outros alimentos, como beterraba e mamão. No corpo, essa substância se transforma em vitamina A, que atua como antioxidante, podendo melhorar a memória e ajudar no tratamento de doenças neurodegenerativas.
6. Frango e peixe
Também chamada de tiamina, a vitamina B1 é encontrada em alimentos como frango e peixe. Essencial para o encéfalo e para os tecidos nervosos, além de ajudar a manter o cérebro jovem, ela também:
- ajuda na memória;
- ajuda nas funções cardiovasculares;
- oferece efeito antidepressivo;
- melhora a capacidade de raciocínio e concentração;
- aumenta a produção de acetilcolina, que atua na comunicação entre o coração e o sistema nervoso, regulando o batimento cardíaco.
7. Produtos lácteos
A vitamina B12, encontrada em produtos lácteos, é umas das vitaminas mais importantes para o cérebro e para o sistema nervoso. Ela ajuda na formação da mielina, que protege os axônios, responsável pela condução dos impulsos elétricos nas células neuronais.
A vitamina também está associada à memória de curto prazo e ao desenvolvimento do pensamento cognitivo. Sua deficiência pode causar:
- lentidão no pensamento;
- falta de concentração ou memória;
- oscilações no humor.
Além de produtos lácteos como leite, iogurtes e queijos, a vitamina B12 também está presente nos cereais integrais, ovos, carne e outros. Vale ressaltar que a vitamina B6 ajuda na absorção da vitamina B12. Esta primeira, por sua vez, pode ser encontrada em alimentos como arroz, batata, lentilha, ovos e produtos lácteos.
Você entendeu como a alimentação está ligada à saúde do cérebro? Além de ajudar a combater os radicais livres, ela também contribui (ou não) para melhorar a oxigenação do local. A curto prazo, isso aumenta a capacidade cognitiva, ajudando no aprendizado, na capacidade de memorização e na sensação de bem-estar. A longo prazo, uma boa alimentação ajuda no tratamento de doenças neurológicas. Além disso, você também conferiu quais são os principais alimentos para o cérebro!
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Dr. Matheus Trilico é neurologista referência no diagnóstico e acompanhamento de TEA e TDAH em adultos. Formado em medicina pela Faculdade Estadual de Medicina de Marília (FAMEMA) e com residência em Neurologia pelo Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná (HC-UFPR) e mestre também pela UFPR. Além de atuar como neurologista em consultório privado e no Sistema Único de Saúde (SUS), realiza também atividades acadêmicas. Dr. Matheus Trilico acredita que o ser humano precisa conhecer bem sua saúde e, por isso, transmite as informações sobre o quadro clínico de forma clara e didática, reafirmando seu compromisso com a exímia relação médico-paciente. Amante da tecnologia, busca utilizá-la para agregar conhecimento e facilitar a vida dos pacientes, mas sem perder seu foco: o humanismo e a qualidade do atendimento médico.
CRM 35.805/PR – RQE 24.818