O Acidente Vascular Cerebral (AVC) é um transtorno que muito associado ao avanço da idade. No entanto, isso não significa que os idosos são os únicos que podem sofrer com esse problema. Mas, afinal, o que causa AVC em jovens?
A princípio, é interessante explicar do que se trata essa doença. Geralmente, o Acidente Vascular Cerebral ocorre quando há algum dano nos vasos que levam sangue até o cérebro — isto é, quando existe algum entupimento, ou rompimento, de artérias ou veias.
Como resultado, devido à falta de oxigenação, algumas áreas do cérebro podem ser prejudicadas, trazendo consequências para as outras partes do corpo com as quais estão relacionadas. Quer entender a gravidade dessa doença e como ela também pode afetar pessoas jovens? Então, não perca este post!
Principais Tópicos Deste Artigo
As principais causas de AVC em jovens
Os fatores que causam AVC em jovens e adultos podem ser tanto internos (má formação vascular, doenças neurológicas ou algum problema de circulação) como externos (relacionados ao estilo de vida). Isto é, os hábitos adotados no dia a dia, como a má alimentação, sedentarismo, tabagismo, entre outros, também podem interferir nas chances de sofrer um Acidente Vascular Cerebral.
Esse distúrbio é causado por problemas na vascularização — sistema de vasos (artérias e veias) que levam sangue para todo o corpo —, seja pelo entupimento, seja pela fragilidade de suas paredes, que pode causar o rompimento.
De fato, os idosos fazem parte do público mais atingido pelo AVC. Entretanto, todas essas circunstâncias também podem afetar pessoas com menos de 60 anos e trazer sérias consequências à saúde.
A seguir, entenda quais são os principais fatores de risco para o AVC em jovens, que estão ligados ao estilo de vida do indivíduo.
Sedentarismo
Atualmente, com a possibilidade de realizar atividades remotamente, o que não exige tanto esforço físico, e a facilidade de consumir alimentos altamente calóricos, o sedentarismo passou a fazer parte da vida de muitas pessoas.
Afinal, nosso corpo automaticamente faz o possível para economizar no gasto de energia a fim de providenciar a nossa sobrevivência. No entanto, isso era mais importante quando se necessitava um esforço físico maior para buscar alimentos (como na pesca ou na caça) e realizar outras atividades diárias.
Hoje, como existe facilidade para fazer essas tarefas, é preciso buscar outros meios de colocar o corpo em movimento e evitar problemas de saúde. Isso é importante desde a juventude para prevenir complicações ao longo da vida.
O sedentarismo é uma condição na qual uma pessoa gasta menos calorias do que consome por dia. Quando esse comportamento persiste, a manutenção do organismo não ocorre como deveria, propiciando o surgimento de diversas outras complicações, como obesidade, atrofia muscular, hipertensão e problemas vasculares.
Essas duas últimas doenças são fatores de risco para o AVC, pois causam uma alteração no sistema cardiovascular. A hipertensão pode desgastar as paredes dos vasos sanguíneos devido ao aumento da pressão interna, do mesmo modo que os problemas vasculares geram danos para essas estruturas, facilitando o seu rompimento ou obstrução.
Má alimentação
Outro problema muito comum que atinge especialmente os jovens é a alimentação desregulada. A ascensão dos fast-foods e comidas com poucos nutrientes também traz consequências sérias para a saúde.
O aumento do colesterol, por exemplo, é algo que pode ocorrer por causa do consumo de alimentos gordurosos, carnes, produtos industrializados, entre outros. Esse transtorno também pode acarretar o surgimento de placas de gordura dentro das artérias, pois elas são transportadas com o sangue.
Após um tempo, essas placas podem se acumular, gerando uma obstrução na artéria. Um dos maiores problemas desse entupimento é a possibilidade de acontecer um Acidente Vascular Cerebral, comprometendo as áreas afetadas no encéfalo.
Os primeiros sintomas do AVC em jovens
Os primeiros sinais do AVC indicam que há uma alteração súbita nas funções neurológicas. Independentemente da idade, os pacientes costumam sentir tontura, fraqueza muscular, dificuldades para se movimentar, dormência em um lado do corpo, problemas de fala, lapsos de memória, alterações na visão, entre outros.
No entanto, crianças e adolescentes podem manifestar outros sinais, como dores de cabeça súbitas e, em alguns casos, crises epilépticas. Em pessoas ainda mais jovens, como bebês e recém-nascidos, problemas de sucção e variações súbitas no ritmo respiratório também podem acontecer.
É de extrema importância buscar um atendimento médico de urgência assim que notar a presença de algum desses sintomas. Sendo assim, fique atento a esses sinais e chame o SAMU (192) o mais rápido possível.
Isso é necessário porque as mudanças de irrigação de sangue no cérebro podem causar a morte neuronal, fazendo com que muitas células fiquem inativas. Desse modo, quanto mais rápido se iniciar o atendimento do paciente, menores poderão ser as sequelas deixadas pelo AVC.
Os tratamentos mais utilizados
O tratamento indicado pelo médico varia de acordo com o tipo de Acidente Vascular Cerebral que o paciente sofreu. Afinal, existem dois tipos de AVC — o isquêmico (quando há o entupimento de um vaso sanguíneo que leva sangue para o cérebro) e o hemorrágico (quando uma artéria se rompe na região encefálica), popularmente conhecido como derrame.
No segundo caso, o objetivo é fazer com que as áreas afetadas pelo derrame e as suas funções sejam recuperadas. No caso do AVC isquêmico, o tratamento é voltado para a desobstrução da artéria a fim de garantir que a circulação volte ao normal.
A boa notícia é que pessoas jovens têm mais chances de se recuperarem após um AVC devidamente tratado. Isso acontece porque a neuroplasticidade (capacidade de adaptação do sistema nervoso) é maior no início da vida, uma vez que muitas funções neurológicas ainda estão em formação.
De qualquer maneira, apostar em medidas de prevenção do AVC é muito mais eficiente para garantir o bem-estar. Por isso, é fundamental evitar o sedentarismo, a obesidade, o colesterol alto, o tabagismo e o uso abusivo de álcool ou drogas.
Além disso, atitudes como praticar exercícios físicos regularmente e ter uma alimentação balanceada no dia a dia ajudam a controlar a pressão arterial e manter o bom funcionamento cardiovascular. Por fim, é importante ter o acompanhamento de um médico neurologista, principalmente as pessoas que estão se recuperando de algum dano que ocorreu na região encefálica.
Agora que você sabe um pouco do que causa AVC em jovens e que pessoas com menos idade também podem ser acometidos por essa doença, não deixe de se prevenir! Além disso, informe-se sempre que puder sobre o assunto e evite complicações de saúde.
Quer continuar lendo sobre temas como esse? Então, saiba também quando você deve procurar um médico neurologista!
[shareaholic app=”share_buttons” id_name=”post_below_content”]
Dr. Matheus Trilico é neurologista referência no diagnóstico e acompanhamento de TEA e TDAH em adultos. Formado em medicina pela Faculdade Estadual de Medicina de Marília (FAMEMA) e com residência em Neurologia pelo Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná (HC-UFPR) e mestre também pela UFPR. Além de atuar como neurologista em consultório privado e no Sistema Único de Saúde (SUS), realiza também atividades acadêmicas. Dr. Matheus Trilico acredita que o ser humano precisa conhecer bem sua saúde e, por isso, transmite as informações sobre o quadro clínico de forma clara e didática, reafirmando seu compromisso com a exímia relação médico-paciente. Amante da tecnologia, busca utilizá-la para agregar conhecimento e facilitar a vida dos pacientes, mas sem perder seu foco: o humanismo e a qualidade do atendimento médico.
CRM 35.805/PR – RQE 24.818
