Você sente dor ou incômodo em vários locais do corpo, como ombros e extremidades? Tem a sensação de levar “ferroadas” difusamente? Esses são alguns dos sintomas da fibromialgia, uma síndrome caracterizada pela dor crônica em diversas áreas do corpo e que atinge majoritariamente as mulheres. Além da dor, a fibromialgia pode cursar também com inúmeros outros sintomas como cansaço, sono não reparador, ansiedade, depressão, alterações de memória e até gastrointestinais.
O diagnóstico dessa patologia não é tão simples, pois não existem exames que apontam diretamente a presença do problema. Para chegar a uma conclusão, é necessário fazer testes para descartar outras possíveis doenças.
Por essa razão, é de extrema importância ir em busca de médicos especializados para que os sintomas da fibromialgia sejam aliviados. Neste post, vamos explicar como reconhecê-los e apresentar informações sobre essa doença. Acompanhe!
Principais Tópicos Deste Artigo
O que é a fibromialgia?
A fibromialgia é uma síndrome causada por uma disfunção no sistema nervoso que provoca alteração na percepção da intensidade de dor, tornando as pessoas mais sensíveis. Esse incômodo pode surgir em praticamente todas as regiões do corpo, sem nenhuma causa aparente.
A dor sentida pelos pacientes pode ser mais intensa nos quadros em que há uma queda da produção de neurotransmissores analgésicos, como a endorfina. Além disso, o cérebro passa a dar relevância a estímulos sensoriais que não são dolorosos, como um simples toque, que se torna verdadeiramente incômodo para pessoas que apresentam essa doença.
Em alguns casos, a intensidade da dor sentida pelos pacientes pode ser tão grande que os prejudicam em suas atividades diárias, podendo até mesmo incapacitá-los. Como consequência, também podem ser desencadeados transtornos de humor, como a depressão e a ansiedade, assim como problemas de sono.
Quais são as causas da doença?
Ainda não se sabe o que causa a fibromialgia. No entanto, alguns problemas, como estresse excessivo ou alterações (hormonais ou de humor) que provocam queda nos índices de serotonina, costumam estar presentes na maioria dos pacientes.
Apesar de não haver uma associação da dor crônica a um gene específico, pessoas com parentes próximos que tiveram fibromialgia parecem ter mais chances de também sofrerem com esse transtorno. Além disso, a ausência de sono reparador reforça o aumento do estresse, que pode desencadear essa doença.
Quais são os sintomas da fibromialgia?
Como visto, uma das características da fibromialgia é reduzir a produção de substâncias neuroquímicas que diminuem a sensibilidade à dor, além de aumentar aquelas que intensificam essa péssima sensação.
Em decorrência dessa situação, os seguintes sintomas da fibromialgia são bastante comuns:
Dor generalizada
A dor generalizada é o sintoma da fibromialgia mais marcante. Pacientes relatam que a sensação é como se existissem lesões por todo o corpo, desde a cabeça até os pés, passando pelos braços, tórax, abdômen, costas, lombar e pernas.
Essa dor costuma se manifestar nos músculos e nas articulações, podendo causar inchaço, mesmo sem a presença de alguma inflamação. Geralmente, há determinados pontos em que se nota uma maior intensidade do incômodo.
Com base nesses pontos dolorosos, é possível identificar a doença. Caso o paciente sinta uma alta sensibilidade de dor em pelo menos 11 dos 18 locais determinados (Figura 1), esse é um grande indício de fibromialgia. Além disso, quando o problema persiste por mais de 3 meses, é outro sinal dessa patologia.
Fadiga
Dentre os sintomas da fibromialgia, o cansaço físico e emocional ao realizar qualquer tipo de tarefa é outro extremamente relevante. Isso também se deve ao fato de que a queda dos níveis de serotonina é capaz de provocar problemas para dormir, o que dificulta o paciente a ter um sono reparador para sentir mais disposição ao longo do dia. O grande problema da fadiga é que passar muito tempo sem realizar atividade física reforça o aumento da dor.
Dificuldades cognitivas
Outra consequência das dores da fibromialgia é a dificuldade de realizar atividades cognitivas normalmente. Embora os testes neurocognitivos não sugiram nenhum problema, indivíduos que têm essa doença geralmente sentem impasses ao fazer tarefas que envolvem concentração, memória, raciocínio lógico e movimentos rápidos.
Dor de cabeça
Dores de cabeça frequentes também são sintomas de fibromialgia. Inclusive, a cefaleia tensional contribui para que o incômodo muscular seja ainda mais intenso ao longo do corpo.
Quais são os tratamentos disponíveis para fibromialgia?
De início, é preciso ressaltar que a fibromialgia não tem cura. No entanto, com o tratamento adequado, é possível minimizar os sintomas e fazer com que os pacientes consigam levar uma vida normal.
Para isso, é imprescindível relatar a um neurologista a presença de algum desses sintomas citados. Isso vai ajudar a fazer uma análise mais precisa do caso, realizar exames para descartar a possibilidade de outras doenças e indicar o tratamento mais adequado para o paciente.
O tratamento para fibromialgia costuma ser multidisciplinar, isto é, envolve diversas áreas integradas da medicina. Primeiramente, será necessário o uso de medicamentos que combatam os sintomas e auxiliam na diminuição da dor, como analgésicos.
Pessoas que desenvolveram transtornos como depressão e ansiedade devem ser encaminhadas para profissionais, como psiquiatras e psicólogos, para que seja feito o acompanhamento psicológico e, dependendo do caso, sejam receitados medicamentos que regulem o humor, como antidepressivos ou ansiolíticos.
Além do mais, combinar esse tratamento com massagens e terapias alternativas, como a acupuntura, é indicado para diminuir a intensidade dos sintomas e melhorar a qualidade de vida do paciente.
É importante também ter um dia a dia ativo, com a prática regular de exercícios físicos. Para isso, é necessário fazer a avaliação física com um médico e ter o acompanhamento de profissionais aptos para indicar as atividades mais adequadas, como um educador físico ou um fisioterapeuta.
Além disso, existem algumas práticas cotidianas que melhoram o bem-estar e contribuem para a diminuição da intensidade dos sintomas, como:
- evitar o consumo de bebidas alcoólicas e cigarro;
- usar técnicas de relaxamento para diminuir o estresse;
- higienizar o sono, definindo horários para dormir, diminuindo a luz e o barulho do ambiente, no mínimo, uma hora antes de ir para a cama e providenciando colchão e travesseiros confortáveis;
- sair de situações e convivências que provocam o aumento do estresse;
- evitar ficar sentado na mesma posição por muito tempo.
Como visto, os sintomas da fibromialgia afetam muito o bem-estar de uma pessoa. Por esse motivo, é fundamental buscar um neurologista de confiança para tratar a doença o mais rápido possível e recuperar a qualidade de vida.
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Dr. Matheus Trilico é neurologista referência no diagnóstico e acompanhamento de TEA e TDAH em adultos. Formado em medicina pela Faculdade Estadual de Medicina de Marília (FAMEMA) e com residência em Neurologia pelo Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná (HC-UFPR) e mestre também pela UFPR. Além de atuar como neurologista em consultório privado e no Sistema Único de Saúde (SUS), realiza também atividades acadêmicas. Dr. Matheus Trilico acredita que o ser humano precisa conhecer bem sua saúde e, por isso, transmite as informações sobre o quadro clínico de forma clara e didática, reafirmando seu compromisso com a exímia relação médico-paciente. Amante da tecnologia, busca utilizá-la para agregar conhecimento e facilitar a vida dos pacientes, mas sem perder seu foco: o humanismo e a qualidade do atendimento médico.
CRM 35.805/PR – RQE 24.818