Os distúrbios do movimento representam um grande grupo de condições que se caracterizam por alterações neurológicas com reflexos diretos sobre a funcionalidade do indivíduo. Nesse sentido, quando falamos nesse grupo de transtornos na medicina, o profissional mais indicado para tratá-los é o neurologista.
Afinal, o comprometimento que eles trazem não é de origem muscular e nem articular, o que levaria ao tratamento com outros especialistas, como um ortopedista. A lesão está nos neurônios que ajudam a transmitir o comando de movimentação, coordenação e tônus para os músculos. Quer saber mais sobre o assunto? Continue a leitura!
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Quais são os principais distúrbios do movimento?
Há dezenas de transtornos desse tipo documentados na medicina, porém a grande maioria deles é relativamente rara. Por esse motivo, vamos falar aqui dos principais distúrbios do movimento, dos seus sintomas, diagnóstico e tratamento.
Doença de Parkinson
É um dos transtornos do movimento mais conhecidos pelo público geral. Afinal, recebe grande atenção da mídia, tendo sido retratado até mesmo em novelas. Além disso, é extremamente comum:
- entre 40 e 65 anos, 4 em cada 1.000 pessoas apresentarão Parkinson;
- 1 em cada 100 pessoas com idade superior a 65 anos terá o diagnóstico da doença;
- acima dos 80 anos, esse número salta para 1 em cada 10 pessoas.
A condição se caracteriza essencialmente pela presença de bradicinesia (um nome técnico para a lentidão dos movimentos), rigidez e tremores em repouso. Caso o paciente os apresente, pode ser levantado o diagnóstico provável de Doença de Parkinson, ainda mais se os seguintes sintomas estiverem presentes: instabilidade postural e declínio cognitivo.
Nesse último caso, pode também ser realizado o diagnóstico de Transtorno Neurocognitivo, causado pela Doença de Parkinson.
Por se tratar de uma doença neurodegenerativa sem tratamento curativo, esse processo é feito apenas para retardar a evolução da doença e trazer mais qualidade de vida para o paciente. Para isso, é realizada uma avaliação neurológica com a posterior elaboração de um plano terapêutico, que inclui reabilitação neurológica e uso de medicamentos.
Parkinsonismo Secundário
Em alguns casos de intoxicação por vários tipos de substâncias e outras doenças, pode ocorrer também o fenômeno do Parkinsonismo Secundário. Os antipsicóticos são os medicamentos mais comuns no desencadeamento desse transtorno. Ele é bastante semelhante aos sintomas da Doença de Parkinson, mas, frequentemente, é reversível com a eliminação das substâncias do organismo.
No entanto, há condições que provocam o Parkinsonismo Secundário potencialmente irreversível. Esse é o caso das doenças cerebrovasculares, do traumatismo e das sequelas após infecções cerebrais. Nesses casos, a reabilitação neurológica é o tratamento mais indicado.
Tremor essencial
Apesar de muito confundido com o Parkinson, o tremor essencial se diferencia por uma característica que pode ser sutil para os pacientes: ocorre durante os movimentos. Já o Parkinson, como dissemos, apresenta tremores em repouso.
Assim, no caso do tremor essencial, o indivíduo começa a notar os sintomas quando as suas mãos ou outros membros começam a oscilar ritmicamente na execução de tarefas cotidianas, como escovar os dentes.
Embora menos conhecido, é muito mais frequente do que o Parkinson: cerca de 20% dos idosos terão a doença após os 65 anos. O impacto também é muito significativo, pois o paciente começa a ter dificuldades para se alimentar, cuidar da sua higiene pessoal, entre outros.
Felizmente, esse é um distúrbio do movimento geralmente benigno, isto é, normalmente não haverá uma evolução progressiva para quadros cada vez mais graves até incapacitar totalmente o indivíduo. Um fato muito interessante é que existe uma boa resposta com o uso de sedativos leves. Por esse motivo, muitos pacientes espontaneamente relatam que os sintomas melhoram quando tomam um pouco de álcool.
Síndrome das pernas inquietas
Essa condição tem uma característica muito interessante: o paciente pode passar muito tempo sem perceber que tem um distúrbio neurológico. Ele acha que a “mania” de mexer as pernas acontece por causa de um “tique” ou de “um desejo praticamente incontrolável”.
Nesse caso, ele pode explicar que, caso não se entregue à vontade, sente coceira, dormência, agulhadas, choques e puxões. À medida que o impacto sobre a sua vida social e afetiva se intensifica, ele busca ajuda médica. Por isso, não é raro que o diagnóstico venha acompanhado também de transtornos ansiosos e depressivos.
Algumas características que ajudam a confirmar o diagnóstico são:
- piora dos sintomas ao descanso e ao repouso. Então, são nos momentos em que a pessoa está mais relaxada que a síndrome se manifesta;
- piora à noite. Por ficarmos mais parados durante a noite, a inquietação das pernas pode se agravar;
- alívio com o movimento. Por isso, os pacientes relatam que fazem uma caminhada ou um alongamento para reduzir os sintomas;
- presença de contrações noturnas. As pessoas próximas relatam frequentemente que o indivíduo se movimenta bastante durante a noite.
Ainda não sabemos a causa exata da doença, mas o seu tratamento deve ser sempre conduzido por um especialista. Ele poderá indicar medicamentos, fisioterapia, psicoterapia e outras medidas.
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Por que se consultar com o neurologista em caso de distúrbios do movimento?
Como explicamos, essas condições têm origem no sistema nervoso, e não diretamente nos músculos ou nas articulações. Por esse motivo, o ideal é escolher o médico com maior experiência nesse grupo de órgãos. Nesse caso, é o neurologista.
Quando você procura um especialista registrado, que passou por uma residência médica e tem um Registro de Qualificação de Especialista, há a segurança de que ele passou por milhares de horas de prática intensa na condução de casos do sistema nervoso. Além disso, ele certamente passou por uma qualificação teórica completa com os profissionais de referência da região.
Então, se você apresentar quaisquer distúrbios do movimento, não espere para procurar ajuda. Quanto mais você demorar para diagnosticar e tratar a condição, maiores serão as chances de insucesso. Uma identificação precoce permite uma intervenção rápida para trazer a cura e, quando isso não for possível, um controle adequado. Para evitar atrasos devido a inúmeros encaminhamentos médicos, vá a quem entende do assunto: os neurologistas.
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Dr. Matheus Trilico é neurologista referência no diagnóstico e acompanhamento de TEA e TDAH em adultos. Formado em medicina pela Faculdade Estadual de Medicina de Marília (FAMEMA) e com residência em Neurologia pelo Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná (HC-UFPR) e mestre também pela UFPR. Além de atuar como neurologista em consultório privado e no Sistema Único de Saúde (SUS), realiza também atividades acadêmicas. Dr. Matheus Trilico acredita que o ser humano precisa conhecer bem sua saúde e, por isso, transmite as informações sobre o quadro clínico de forma clara e didática, reafirmando seu compromisso com a exímia relação médico-paciente. Amante da tecnologia, busca utilizá-la para agregar conhecimento e facilitar a vida dos pacientes, mas sem perder seu foco: o humanismo e a qualidade do atendimento médico.
CRM 35.805/PR – RQE 24.818